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COM O CAR TRAVADO, MINISTRA REPASSA A “BOLA”

A oito dias do fim do prazo para registro de imóveis no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e com o sistema travado, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, se esquivou ontem de falar sobre uma possível prorrogação. Ela esteve na abertura da Agrishow, maior feira do máquinas agrícolas do país, que segue até sexta-feira em Ribeirão Preto (SP), mas deixou o assunto sob a responsabilidade da ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

- O CAR é com a ministra Izabella Teixeira – afirmou Kátia Abreu, endossando a informação de que o limite para registro dos imóveis está no fim.

No início do mês, quando esteve na ExpoLondrina, em Londrina (Norte do Paraná), Izabella Teixeira negou expectativa de prorrogação. O prazo para registro dos imóveis no CAR termina às 23h59 do dia 5, próxima terça-feira.

No Paraná, por exemplo, somente 10% dos imóveis foram cadastrados. Os produtores rurais reclamam estar enfrentando dificuldades para acessar o site onde está inserido o sistema (www.car.gov.br) e que não conseguem fazer operações como o download de mapas ou envio do cadastro consolidado. A Federação da Agricultura do Paraná (Faep) informa que recebeu mais de 100 telefonemas nos últimos dias de produtores relatando problemas. O carregamento de conteúdo era parcial ontem durante o dia.

Lobby

As entidades do agronegócio aproveitam a última semana antes do fim do prazo para pressionar o governo federal pela prorrogação do prazo. De acordo com o diretor executivo da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Junqueira, o setor esperava uma adesão maior. Porém, diante do quadro adverso, a ampliação do prazo é fundamental.

- Nós estamos pleiteando a prorrogação por mais um ano. Do contrário, nos preocupa a restrição de crédito para quem não fizer registro no CAR – disse Junqueira.

Izabella Teixeira argumentou, quando esteve na ExpoLondrina, que os estados receberam R$ 400 milhões e foram treinadas mais de 40 mil pessoas para o cadastramento.

Vendas devem se repetir às vésperas de alta nos juros

A Agrishow começou ontem com a meta de repetir o desempenho do ano passado. Conforme estimativa da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), uma das realizadoras do evento, a expectativa é gerar R$ 2,7 bilhões em negócios, mesmo faturamento da edição de 2014. O número se embasa no ânimo dos principais segmentos que compõem o agronegócio e na própria previsão de alta nos juros dos financiamentos, hoje em 6,5% ao ano, a partir de julho.

Segundo o vice-presidente da Abag, Francisco Matturro, os juros atuais ainda estimulam compras de maquinário agrícola, mas ele demonstrou incertezas em relação ao próximo Plano Agrícola e Pecuário (PAP).

- Ninguém sabe o que esperar para 2015/16. Pode ser um plano safra que não financie um volume tão grande, afirma Matturro.

Em entrevista coletiva após a solenidade de abertura da feira, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, declarou que os juros da próxima safra serão próximos “de neutros” (ante a inflação). Ela reafirmou que o anúncio do PAP será em 19 de maio e antecipou que o preço mínimo do trigo terá reajuste de 4,5%. O valor atual é de R$ 33,45 por saca de 60 quilos.

 



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