Depois da chuva da semana passada que segurou um pouco a colheita de soja no Rio Grande do Sul, as máquinas voltaram ao campo nesta semana para retirar das lavouras a safra que pode ser a maior da história. Conforme projeção da Emater, nos 5,12 milhões de hectares destinados a leguminoso no Estado a colheita será recorde de 14,84 milhões de toneladas – 13,87% superior a safra passada que somou 13,04 milhões de toneladas.
Nos 95 hectares cultivados pela família do produtor, Selso Quandt, em Ibirubá, no noroeste gaúcho, aproximadamente 50% da área foi colhida e a produtividade em algumas partes chegou a atingir 80 sacas/ha. Ele acredita que esta será a melhor colheita de todos os tempos com um rendimento médio acima de 70 sacas/ha.
- Foi um ano ótimo, no começo faltou um pouco de chuva, mas depois o tempo se alinhou e choveu acima da média – destaca Selso.
O problema é que a produtividade vai alternar muito no Estado. Em algumas regiões, a soja plantada mais tarde e que será colhida a partir de agora, sofreu com a falta de chuva durante o mês de março e com a pressão da ferrugem asiática. Dois problemas que acabaram frustrando a expectativa de uma colheita excepcional.
– A severidade da ferrugem esta safra foi a pior dos últimos anos. Tem agricultor que se precaveu contra a lagarta e esqueceu a ferrugem – analisa a engenheira agrônoma da Löser Cereais, Georgia Maldaner.
As condições climáticas – temperatura entre 20ºC e 25ºC e o excesso de umidade – favoreceram a instalação da doença. Além disso, também faltou luminosidade no período de enchimento de grão. E muitos agricultores atrasaram a entrada na lavoura com as duas primeiras aplicações de fungicidas, o que comprometeu todo o processo de tratamento para o combate a ferrugem.
A agrônoma revela que a média na região ficará numa faixa ampla entre 50 sacas/ha e 65 sacas/ha e que apenas poucos sojicultores conseguirão obter resultado acima desse patamar. A Emater espera uma produtividade em todo o Estado de 2.896 kg/ha, ou seja, 48,26 sacas/ha.