A colheita da soja em Minas Gerais já foi iniciada. De acordo com o levantamento feito pela consultoria AgRural, cerca de 6% da área em produção já foram colhidas e a expectativa é que o processo ganhe maior ritmo ao longo das próximas semanas. A previsão é colher na safra atual 4,51 milhões de toneladas da oleaginosa. Produtores do Estado, aproveitando o solo úmido em decorrência das últimas chuvas, estão colhendo a soja e plantando o milho safrinha.

De acordo com o agrônomo e analista da AgRural, Adriano Gomes, o ritmo de colheita no Estado está um pouco mais lento do que o verificado em igual período da safra passada. – Até o dia 9 de fevereiro, a colheita da safra de soja em Minas Gerais representava 6% da área plantada no Estado. No mesmo período do ano passado os trabalhos já haviam sido concluídos em 8% da área. A expectativa é que o processo de colheita acelere nas próximas semanas, já que a previsão é de poucas chuvas nas principais regiões produtoras, o que favorece o ganho de ritmo no processo – disse Gomes.

De acordo com os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2016/17, a previsão é colher 4,51 milhões de toneladas de soja, queda de 4,6%. Neste período, a área dedicada ao cultivo da soja retraiu 1,5% e somou 1,44 milhão de hectares.

Segundo Gomes, o clima foi favorável para o plantio e desenvolvimento da soja em Minas Gerais e a expectativa é de um rendimento de 51 sacas de 60 quilos por hectare. A produtividade está 5% menor que as 53,7 sacas colhidas no ano anterior, que foi recorde para o Estado.

- O clima contribuiu para o plantio da soja em tempo correto. No início de janeiro, foi verificado um pequeno veranico em Unaí e algumas áreas da região do Triângulo, causando perdas no potencial produtivo. Mas, com a regularização das chuvas no restante do mês, as lavouras conseguiram se recuperar e esperamos potencial positivo. O rendimento por hectare está menor que o registrado no ano passado. Mesmo assim, é uma produtividade boa – explicou Gomes.

Mercado – Em relação ao mercado, o início da colheita da soja e o real desvalorizado em relação ao dólar têm provocado queda nos preços. De acordo com a AgRural, em Uberlândia, na região do Triângulo, a saca de 60 quilos de soja foi negociada, em janeiro, a R$ 69,45, queda de 3% frente a dezembro. O valor foi pago pela soja já disponível.

- A comercialização mais fraca, principalmente pelo fato de a cotação do dólar estar entre R$ 3,11 e R$ 3,13, tem provocado queda nos preços da soja. No mercado futuro, alguns lotes foram negociados na casa de R$ 66 em Unaí, com a saca a ser entregue até o final de fevereiro. -

Milho segunda safra

O avanço da colheita da soja e o clima favorável têm estimulado o plantio da safrinha. Até 9 de fevereiro, o milho, principal produto cultivado no período, já havia sido semeado em 7% da área disponível. No ano passado, o plantio abrangia apenas 3% da área.

- Com a boa umidade do solo, o produtor que já colheu a soja está aproveitando o momento e plantando o milho safrinha. O produtor está à espera de uma safra melhor, já que no ano passado os problemas com o clima comprometeram a produtividade – disse o agrônomo e analista da AgRural, Adriano Gomes.

Para a segunda safra do cereal, a estimativa preliminar da Conab aponta para um aumento de 161,1% no volume, que poderá alcançar 2,12 milhões de toneladas. A área de plantio foi estimada em 371 mil hectares, mesmo espaço plantado na segunda safra de 2016.

O clima mais adequado à produção e a expectativa de uma janela produtiva maior que a do ano passado fez com que a estimativa de produtividade fosse ampliada. A Conab prevê para Minas Gerais um incremento de 161% no rendimento por hectare, alcançando 5,7 toneladas. No ano passado, o veranico provocou queda significativa na produtividade da soja, que encerrou o período em 2,19 toneladas por hectare.

Fonte: Diário do Comércio