O agricultor Paulo Ribeiro planta café conilon em Colatina, noroeste do Espírito Santo. É a principal fonte de renda da família, mas nesse ano está mais difícil encher a peneira. Ele prevê uma redução de 30% no número de sacas.
Em outra propriedade, na lavoura do produtor Nilson Supelli, os funcionários também trabalham sem parar para tirar logo todos os grãos do pé e a pressa tem explicação: em meio aos grãos maduros, há frutos amarelados e outros secando por causa do sol. Ele também vai colher de 25% a 30% menos.
O Espírito Santo é o maior produtor de café conilon do país. Segundo o Incaper, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, a previsão era que fossem colhidas 9 milhões de sacas de café, mas por causa da estiagem, a produção deve ficar em torno de 7,5 milhões.
Quando se pega o grão direto no pé, dá para perceber que o grão está mole, de baixa qualidade, e quando a situação é essa, o produtor perde duas vezes: no volume e na qualidade do grão, o que interfere no preço. Preocupados, os produtores se programam para cortar gastos diminuindo a quantidade de adubação e deixando de comprar equipamentos.
Fonte: G1