Os produtores de uva da Serra Gaúcha foram surpreendidos nessa safra. As frutas amadureceram mais cedo e por isso a colheita teve que ser antecipada. Os primeiros cachos foram retirados no mês passado, cerca de vinte dias antes do período normal.
“Fazia anos que eu não esperava por uma coisa assim, antes do fim do ano estar colhendo uva!”, comemora Paulo Valiatti agricultor.
O responsável por isso foi o clima. Fez menos frio durante o inverno. A média na região é de 410 horas com temperaturas abaixo de sete graus. Mas em 2017, foram somente 188 horas. As altas temperaturas no mês de setembro e a menor quantidade de chuva no período também contribuíram para que o ciclo da maioria das variedades fosse acelerado.
Esse ano devem ser colhidas 720 mil toneladas de uva na serra, responsável por 90% da produção do estado. Esse número é vinte por cento menor que no ano passado, mas tá dentro da média histórica. Mesmo assim, há um clima de comemoração pelos vinhedos.
O motivo é a qualidade das uvas. Nos parreirais da propriedade do Gilson Tomasi, em Bento Gonçalves, ele colhe as variedades precoces e já sabe qual vai ser a principal característica desta safra.
“É uma safra de bastante qualidade pelo que se vê, uma boa graduação, uma boa quantidade de açúcar, quantidade não é tanto devido aos fatores climáticos, mas se espera uma boa safra”, declara Tomasi.
A maior parte dos produtos vai para a indústria. Esse ano, a expectativa é que as vinícolas processem em torno de 600 mil toneladas de uva.
Os agricultores recebem R$ 0,92 pelo quilo da uva. Mesmo valor da safra passada.
Fonte: Canal do Produtor