As lavouras de soja no Estado já contam com 8% da sua área total cultivada colhida. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (12/03) pela Emater/RS-Ascar, em parceria com a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), 36% das lavouras encontram-se prontas para colher, 48% em enchimento de grãos, 7% em floração e 1% em desenvolvimento vegetativo. Já mais da metade (57%) das lavouras de milho no Rio Grande do Sul estão colhidas, 5% está em germinação e desenvolvimento vegetativo, 7% em floração, 18% em enchimento de grãos e 13% maduro.
A permanência das condições de tempo seco no Rio Grande do Sul tem favorecido a cultura que se encontra com bom estande de plantas e bom desenvolvimento; por outro lado, os mananciais vêm se ressentindo na reposição dos volumes de água e já apresentam sinais de diminuição. No período, em 1% das lavouras a fase é de germinação e desenvolvimento vegetativo, 6% delas estão em floração, 26% em enchimento de grãos, 44% em maturação e 23% foram colhidos.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, o feijão 1ª safra é a cultura de grãos mais impactada pelas adversidades climáticas ocorridas desde o início da semeadura até o final do ciclo, principalmente pelo efeito prejudicial da estiagem nas fases da floração e enchimento dos grãos. Estão colhidos 63% das áreas semeadas. Em Canguçu, Santana da Boa Vista e São Lourenço do Sul, a colheita está concluída. Nas demais áreas na região, a cultura está em fase de maturação.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, a segunda safra está semeada e se encontra na fase de emergência e desenvolvimento vegetativo. Em geral, as lavouras estão com bom estande, mas já se ressentem da ausência de umidade no solo, fator igualmente restritivo para a realização da primeira aplicação de adubação nitrogenada.
OLERÍCOLAS
Na regional de Ijuí, o cenário apresenta tendência de concentração da produção de olerícolas com aumento de escala e redução do número de produtores, principalmente devido à falta de mão de obra nas propriedades. O polo produtivo de Ijuí, o maior da região, vem adotando mais mecanização, automatização da irrigação e cultivo protegido, retomando inclusive o uso de produtos biológicos nos tratos culturais para atender a demanda de consumidores preferenciais de produtos orgânicos. As culturas de verão, como abóboras para saladas e vagens, estão em final de ciclo, diminuindo a oferta local.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, as condições climáticas de tempo seco e forte insolação dificultam a produção de espécies olerícolas cultivadas a campo, principalmente em função da baixa umidade relativa do ar e do solo. A irrigação tem sido usada com maior frequência; ainda assim, não há condições de preparo do solo para futuros cultivos. Mudas recém-transplantadas tiveram pegamento reduzido e demanda por irrigação recorrente. Nos cultivos protegidos, há ocorrência de pragas, principalmente tripes, mosca-branca e ácaros. Há produção de folhosas como alface, rúcula e couve-folha somente em hortas com irrigação e com telas de sombreamento. Há forte ataque de lagartas (Ascia monuste), pulgões, ácaros, tripes e coleópteros crisomelídeos, sendo necessária a aplicação de inseticidas. Cucurbitáceas seguem em plena colheita. Com relação à rastreabilidade, os mercados locais já implementaram as cobranças da procedência dos produtos.
PISCICULTURA E PESCA ARTESANAL
A redução do volume de água dos açudes exige cuidados especiais para manter boas condições alimentares e oxigenação para os peixes. Ocorreram alguns casos de morte de peixes por asfixia nas regiões da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa e Porto Alegre.
Na região da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, no rio Uruguai continua a proliferação de algas, que causa mau cheiro na água e dificulta o trabalho dos pescadores artesanais, pois os obriga a lavar continuadamente os equipamentos de pesca. As espécies de peixe sem escamas são as mais capturadas.
Na região de Pelotas, a captura de pescado artesanal nas lagoas Mirim e dos Patos é baixa. Em Rio Grande e São José do Norte, o Camarão é capturado em boa quantidade, mas com tamanho pequeno. Na de Porto Alegre, em Palmares do Sul, Tapes, Imbé, Tramandaí e Mostardas, a produtividade da pesca artesanal na semana foi baixa.
OVINOCULTURA, BOVINOCULTURA DE LEITE E DE CORTE
Os rebanhos ovinos do Rio Grande do Sul encontram-se em boas condições corporais e sanitárias. O hábito de pastejo mais rente ao solo praticado pelos ovinos lhes garante melhor aproveitamento alimentar e nutricional em períodos de menor crescimento das pastagens.
O clima mais seco auxilia o controle de parasitoses internas e externas. Em relação ao manejo reprodutivo, a cobertura das matrizes nas propriedades onde foi iniciada em março deve ser estendida até o final de abril.
Os rebanhos de bovinos de leite nas várias regiões do Estado começam a sentir mais severamente os efeitos da estiagem prolongada, que afetam sua condição corporal e a produção leiteira.
As condições sanitárias são satisfatórias, mas com ocorrência acima do normal de algumas infestações por carrapato, mosca-do-chifre e miíases, considerando as condições de baixo teor de umidade no solo no período atual.
Considerando o extenso período de deficiência de umidade no solo, que prejudicou o desenvolvimento dos pastos na maior parte das regiões, o estado geral dos bovinos de corte é razoável. Em diversas áreas, o gado apresenta perda de peso e, em vários locais, está faltando água para dessedentação.
As condições sanitárias são satisfatórias, com incidência de infestações parasitárias entre fracas e moderadas, que vêm sendo controladas por práticas de manejo e uso de medicamentos apropriados. Em propriedades mais afetadas pela seca e a fim de evitar mais perda de peso dos animais, alguns produtores antecipam a venda para o abate, diminuindo assim a possibilidade de maiores prejuízos.
Fonte: Emater