A produção de cogumelos Paris nasceu de forma despretensiosa, numa estufa de 50 metros quadrados no fundo de uma pequena propriedade em Tijucas do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. O início exigiu coragem de apostar em algo novo, investimento financeiro e contínuo aprendizado para aprimorar as técnicas. A aposta foi recompensada. Hoje, a atividade é um dos motores da economia rural de vários municípios da região, sendo Tijucas uma referência nacional.
A produção de cogumelo chegou a Tijucas do Sul há mais de duas décadas. Nos longínquos anos de 1994 e 1995, as lavouras de São Paulo, maior produtor do Brasil, foram contaminadas, o que comprometeu a atividade. Sem condições para produzir, os agricultores procuraram outras regiões. Na pesquisa, Tijucas logo despontou, principalmente em função do clima úmido que colabora diretamente para o desenvolvimento do fungo.
“Trabalhei um ano e meio com um desses produtores de São Paulo. Acabei usando a experiência adquirida para montar minha própria estufa e começar a produzir”, relembra o produtor José Pedro de Oliveira, considerado o pioneiro na atividade na região.
A estufa de Oliveira se tornou referência, espécie de cartão de visita, como o próprio define. Na época, semanalmente, dezenas de outros produtores, até então envolvidos com hortaliças e fumo, batiam palmas na porteira da propriedade com o intuito de conhecer o sistema de produção dos cogumelos comestíveis. Bastaram os relatos de como o manejo é simples (pode ser realizado pelos integrantes da família), investimento inicial baixo (R$ 20 mil permite montar uma estufa) e mercado comprador garantido para o cogumelo cair no gosto dos agricultores que buscavam diversificação e, principalmente, renda extra. A atividade se alastrou pela região como rastilho de pólvora.
“O cogumelo é uma das atividades mais importantes do município. E que continua crescendo a cada dia. Quase 90 famílias estão envolvidas com o negócio”, destaca Antonio Arinaldo Rocha, secretário de agricultura de Tijucas do Sul. Para incentivar a cultura, a prefeitura colabora com o transporte do composto (uma mistura de palha de trigo, esterco de galinha, farelo de soja, gesso agrícola e ureia, onde os cogumelos são cultivados) até as propriedades, assistência técnica, promoção de cursos e auxílio nas vendas.
João Nogaroto é um destes produtores que se envolveram com o cogumelo e que não o troca por nada. “Caiu do céu”, define. Em 2000, Nogaroto procurava algo para substituir a produção de hortaliças e a pecuária, principalmente depois que problemas de saúde o acometeram. “Bastante gente vem perguntar sobre o cogumelo, principalmente agora em época de crise. Eu sempre digo que dá para viver da atividade”, pontua. Atualmente, Nogaroto administra duas estufas, com capacidade para produzir 500 quilos de cogumelos/mês. A produção é integralmente entregue para uma agroindústria de Colombo.
Leia matéria completa no Boletim Informativo 1345 da FAEP.
Assista o vídeo sobre a produção de cogumelos em Tijucas do Sul.
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Fonte: Sistema FAEP