O Conselho Nacional do Café (CNC), informou nesta sexta-feira (20) que o clima seco atual está favorecendo o andamento da colheita de café no Brasil. Entretanto, em relação ao ano passado, os trabalhos estão um pouco atrasados, devido a intensas chuvas no cinturão do conilon e, para o arábica, na Zona da Mata durante o primeiro semestre de 2018, além de a safra deste ano ser maior.
Em todo o Brasil, a colheita de café robusta, até 15 de julho, alcançou 65% do previsto, com os trabalhos já concluídos em Rondônia, segundo apontou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
O percentual deste ano está atrasado em relação a 2017, uma vez que a colheita de conilon nacional estava praticamente encerrada ao final da primeira quinzena de julho.
“Apesar dos atrasos, vale ressaltar que o clima mais úmido em 2018 durante o desenvolvimento da produção deve elevar a qualidade do robusta”, pondera a instituição.
Os trabalhos de cata do café arábica, também até o fim da primeira quinzena de julho, estavam mais avançados no noroeste do Paraná e na região de Garça, em São Paulo, situando-se entre 50% e 60%.
Na Mogiana Paulista, no Cerrado Mineiro, no Sul e na Zona da Mata de Minas Gerais, a colheita ainda não havia chegado à metade do estimado para este ano de acordo com o Cepea.
O cenário do arábica aponta atraso na colheita de forma generalizada, uma vez que todas as áreas produtoras já haviam rompido a barreira dos 50% na mesma época do ano passado.
Por outro lado, segundo o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, a qualidade apresenta boa melhora em relação à safra anterior.
“À medida que surgem os lotes mais novos, fica evidenciada a melhora da qualidade na comparação com 2017. Os frutos estão mais graúdos, alcançando peneiras altas e boa bebida. Além disso, praticamente não há mais relatos de grãos mais cascudos, fato que foi observado no começo dos trabalhos”, comenta.
Tanto o serviço meteorológico Climatempo quanto a Somar Meteorologia indicam que o clima deverá permanecer seco ao longo dos próximos dias, favorecendo o andamento da colheita no Brasil.
As agências informam que uma forte massa de ar seco ganha força no centro-sul do País, o que gerará dias com sol, pouca nebulosidade e umidade do ar baixa.
O presidente do CNC lembra que a safra deste ano será recorde, ao redor de 58 milhões de sacas, volume que, segundo ele, possibilitará ao País honrar com o consumo interno da bebida e os compromissos com a exportação.
“Nossos estoques estão em níveis historicamente baixos, mas isso ainda não afeta a oferta nacional. Temos que tomar cuidado para não criar alarde e estimular plantios desregrados, fato que gerará excesso de café e o consequente aviltamento dos preços ao produtor”, alerta.
Brasileiro anota, ainda, que o CNC mantém seus trabalhos no sentido de obter o aumento do consumo da bebida nos países produtores do mundo, de forma que sempre haja equilíbrio entre oferta e demanda e as cotações se estabeleçam em níveis satisfatórios.
Fonte: CNC
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