Brasília (13/12/2017) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) encerrou a sua participação na 11ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), realizada em Buenos Aires (Argentina), depois de participar durante cinco dias de uma série de eventos importantes paralelos às negociações oficiais.
Um dos destaques foi a participação da CNA na declaração ministerial conjunta dos Estados Unidos, Quênia e Uganda sobre a necessidade de tomar decisões relacionadas à produção agropecuária e o comércio agrícola internacional com base na ciência.
A proposta defendida é que sejam consultadas instituições internacionais que estudam esses temas e questionados princípios subjetivos, como o da precaução. O encontro contou com a presença do representante dos Estados Unidos para o Comércio, Robert Lighthizer.
“Essas decisões têm sido constantemente ignoradas por países e blocos como a União Europeia na hora de tomar decisões políticas e arbitrárias, levando em consideração princípios que não condicionam a análise de risco a produtos que são exportados pelo Brasil”, alertou a assessora para Negociações Internacionais da CNA, Camila Sande.
Camila Sande na reunião com representantes dos Estados Unidos, Quênia e Uganda
Outra participação importante foi durante o Trade and Sustainable Development Symposium. A CNA e o Agroicone organizaram uma sessão dentro do evento realizado pelo Centro Internacional de Comércio e Desenvolvimento Sustentável (ICTSD). O simpósio debateu o papel da América Latina no comércio internacional e a importância da sustentabilidade.
“Temas como a proliferação de padrões privados e as expectativas dos consumidores, bem como a necessidade de tomar decisões baseadas na ciência, foram discutidos pelos palestrantes e participantes”, explicou Camila.
Avaliação – Na opinião da assessora da CNA, a 11ª Conferência Ministerial da OMC não obteve resultados concretos em razão da postura de negociação de alguns países como China, Estados Unidos e Índia.
Segundo Camila, os chineses não vão reduzir a sua ajuda governamental enquanto não houver redução dos subsídios dados pelos demais países, em especial os desenvolvidos, que estão na chamada “Amber Box”.
Os Estados Unidos, por outro lado, estão com uma posição muita crítica à OMC, em função de diretrizes do atual governo. Em razão disso, também não se comprometeram em avanços no tema de apoio doméstico.
Já a Índia condiciona qualquer movimento à resolução da questão de estoques públicos para fins de segurança alimentar.
“A OMC precisa passar por uma reforma que possibilite que a posição da maioria prevaleça sobre a insistência de poucos em travar os seus avanços. No entanto, essa Conferência foi positiva por colocar, no radar dos negociadores, temas de alto interesse dos produtores brasileiros, como inovação e biotecnologia e a prevalência da ciência na tomada de medidas restritivas ao comércio agrícola global”, concluiu ela.
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Fonte: Canal do Produtor