No Rio Grande do Sul, o clima não ajudou as lavouras de pêssego e a produção deve ser menor nesta safra. Em 2017, foram colhidas 35 mil toneladas da fruta no estado. Este ano, a expectativa é de que não passe das 25 mil toneladas.
O calor acima da média em abril e o excesso de chuvas nos meses de agosto e setembro foram determinantes. Com o clima instável, parte dos pessegueiros não se desenvolveu. As folhas murcharam e depois as árvores morreram por causa da umidade de solo.
Em uma propriedade de Pelotas, das 18 mil plantas, 4 mil não deram fruto. Na cidade, os pomares da fruta ocupam 3 mil hectares. São 600 agricultores que se dedicam ao cultivo.
Dari Bosenbecker é um deles e está desanimado com a previsão de colheita. No ano passado, foram 360 toneladas, agora não deve chegar a 200 toneladas.
“Sei que a indústria ofertou R$ 1,10 por tipo 1 e R$ 0,90 por tipo 2. No meu caso, não paga nem o custo que eu tenho no pomar”, afirma.
A baixa produtividade tem reflexo também na indústria. Pelotas é responsável por 90% da produção de pêssego do Brasil. De lá, sai a maior parte da fruta em calda que abastece o mercado. No ano passado, foram mais de 34 milhões de latas, agora, serão 32 milhões.
“A fruta que está chegando, apesar de não ser em grande volume, é de uma boa qualidade. Então ela vai dar um rendimento um pouquinho melhor dentro da lata”, diz o presidente do sindicato da indústria de pêssego, Paulo Crochemore.
A colheita do pêssego vai até a primeira semana de janeiro.
Fonte: G1