Estamos enfrentando mais um período de muita chuva no interior de Santa Cruz do Sul, o que é sinônimo de problema e prejuízo para nós, fumicultores. Aqui na propriedade já estamos prevendo uma quebra de 10% na safra de tabaco em razão do excesso de umidade e do vento, que por mais de uma vez deitou muitas plantas e até arrancou folhas dos pés. Como se não bastasse, o calor de 35 graus registrado no sábado murchou as folhas, o que também não é bom. A sorte é que pelo menos granizo não registramos ainda neste ano – e que continue assim.
Para entender
Para quem não está familiarizado com a matemática da lavoura de tabaco, explico de onde vem nossa expectativa de ter uma quebra na safra 2018/2019. Em média produzimos entre 10 e 11 arrobas de tabaco para cada mil pés plantados. Em um ano de clima muito favorável vamos a 12 arrobas por mil pés. Acontece que esse clima úmido e com pouco sol provavelmente não nos deixará produzir mais do que nove arrobas por mil. Na prática isso significa menos dinheiro na hora da venda da produção e, por consequência, menos dinheiro circulando na economia nos primeiros meses do ano que vem. Então, na verdade, trata-se de um problema também da cidade e não somente da minha família e de outros tantos fumicultores que estão na mesma situação.
Ô sol…
Para que as perdas não aumentem ainda mais, precisamos que o sol apareça de vez na lavoura de tabaco. A planta necessita de uma boa sequência de dias de sol para se desenvolver bem e, assim, ganhar tamanho e peso e, lá na frente, a cor ideal. Chega de tanta umidade! Para se ter uma ideia, o acumulado de chuva é de 50 milímetros aqui na propriedade nos últimos dias. Isso sem contar o período desde julho, quando tivemos inclusive que atrasar o transplante das mudas por causa do frio e da chuva.
Eleições
Apesar das preocupações com o clima, não podemos esquecer que domingo é dia de ir às urnas para escolher nossos futuros presidente, senadores, governador e deputados federal e estadual. Não deixe de exercer seu direito de voto! E lembre-se daqueles que estão ao nosso lado – e são vários, felizmente. Ainda existem políticos que defendem a nossa classe. Nos últimos anos tivemos apoios importantes, como no caso do emplacamento dos tratores e máquinas agrícolas e da reforma da Previdência.
Fonte: Gazeta do Sul – Santa Cruz do Sul