Visualmente, muitas lavouras, especialmente as plantadas mais cedo, apresentam bom desenvolvimento.

CLIMA BOM

O aspecto geral das lavouras de soja é ótimo, favorecido pelas chuvas regulares, temperaturas elevadas e intensa radiação solar. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, os agricultores seguem realizando tratamentos fitossanitários, para o controle preventivo de doenças, como a ferrugem asiática e o controle de lagartas, quando necessário, utilizando produtos que preservam os inimigos naturais. Com relação à ferrugem, constata-se uma menor pressão da doença nas Unidades de Referência Técnica (URTs). Em Unidades de Mormaço, Victor Graeff e Venâncio Aires, onde se aplica o Manejo Integrado de Pragas (MIP), ainda não houve necessidade de aplicação de inseticidas, pois o ataque de pragas é baixo, mantido pelos inimigos naturais, que são favorecidos pelo clima.

O plantio das áreas destinadas ao plantio da soja na resteva de milho já está concluído e a germinação tem sido boa. Nas lavouras semeadas dentro do período recomendado pelo zoneamento agroclimático para a soja, continua uma excelente aparência geral, com bom desenvolvimento das plantas e ótimo porte, com o dossel completamente fechado. Percebe-se que nesta safra o controle das plantas invasoras foi realizado com muita eficiência. A maior parte das lavouras está em fase de floração e formação de vagens, com a colheita atingindo 5% do total plantado.

A expectativa dos agricultores é de uma ótima safra, se as chuvas continuarem como vêm acontecendo até o momento. No Estado, 20% das lavouras de soja estão maduras e por colher, 40% estão em enchimento de grãos, 25% estão em floração e 10% da soja está em germinação e desenvolvimento vegetativo.

Milho – A colheita das lavouras de milho para grão evolui de forma mais lenta devido à preferência dada à soja. As produtividades seguem superando as expectativas iniciais, variando, em muitos casos, de 100 a 160 sacas por hectare em lavouras de sequeiro e, em lavouras irrigadas, variam de 200 a 250 sacas por hectare. As lavouras apresentam boa qualidade dos grãos, que estão bem desenvolvidos, sem presença de grãos avariados.

As lavouras de milho recém implantadas apresentam boa germinação e desenvolvimento vegetativo, devido às últimas chuvas, que foram muito benéficas. Entretanto, em algumas lavouras tem ocorrido o ataque da lagarta, exigindo aplicação de inseticida para seu controle. Atualmente, 38% das lavouras de milho foram colhidas, 28% estão maduras e por colher, 28% estão em enchimento de grãos, 3% estão em floração e outros 3% das lavouras de milho estão em germinação e desenvolvimento vegetativo.

Quanto ao milho silagem plantado dentro do período recomendado, está praticamente todo colhido, apresentando boa produtividade em termos de volume de massa verde de planta inteira (média de 40t/ha), favorecendo a atividade leiteira, que na grande maioria das propriedades utiliza essa silagem para suplementação alimentar das vacas.

HORTIGRANJEIROS E FRUTAS

A colheita da batata-doce já é expressiva na região Centro-Sul, nos municípios de Mariana Pimentel, Barra do Ribeiro e Sertão Santana. Nessas áreas, segue o plantio pós-fumo. A cultura da batata-doce se encontra em condições satisfatórias de campo, mas com a comercialização muito abaixo do esperado, apresentando, como consequência, redução de preços. A produtividade que se apresenta para o final dessa safra 2016/2017 é de 15 t/ha, confirmando a expectativa inicial.

Cebola – Colheita concluída na Serra, com a maioria das variedades precoces já comercializadas. Também iniciou a comercialização da variedade Crioula, em especial pelos produtores que não possuem grandes áreas com parreirais (a grande maioria dos produtores que planta cebola faz a diversificação da produção, principalmente com a viticultura). A expectativa é de uma comercialização expressiva imediatamente após a colheita da uva, em abril. Em relação ao preço recebido, os produtores estão bastante descontentes. Nesta semana, alguns encontraram dificuldades até para conseguir vender nas Ceasas. O preço recebido ficou entre R$ 0,90 a R$ 1,00/kg da cebola.

Melão e Melancia – A maior área de produção na Região Metropolitana, nos municípios de Trinfo, Arroio dos Ratos e São Jerônimo, a colheita já está encerrada e, a partir de agora, o fornecimento passa ser atendido por produtores de Camaquã, Amaral Ferrador, Parobé e Pelotas. A produtividade chegou à projeção de 30 t/ha, com preço médio ao produtor de R$ 0,50/kg.

Figo – Segue a colheita em boa parte dos municípios da região Serrana, sendo que em alguns tem registro de uma sensível redução na produção inicialmente estimada, principalmente em função da pouca precipitação, bem como a baixa produção na safra passada, que interferiu no desempenho produtivo das plantas nesta safra. Os frutos vêm apresentando uma boa qualidade. Até o momento, foi colhido aproximadamente 50% da safra.

PASTAGENS E CRIAÇÕES

Pastagens – Continua bastante favorável a produção de forragem nos campos nativos, pela continuidade das chuvas semanais, mesmo que irregulares em algumas regiões, possibilitando os pastoreios com alta carga animal. Porém, a tendência é de diminuição das horas de sol e também dos ventos, reduzindo a evapotranspiração, o que sinaliza que os campos entraram em boas condições no Outono. Os produtores realizam roçadas nas áreas de campo nativo, para controle de plantas invasoras.

Os produtores que realizaram fenação nas pastagens de trevo e cornichão estão manejando as áreas de melhor potencial produtivo com objetivo de produção de sementes, a fim de reduzir os custos com implantação de pastagens no Inverno e com aquisição de volumosos. O ideal é armazenar o máximo de excedente forrageiro possível.

As lavouras de milho para silagem estão com excelente crescimento, entrando na fase de enchimento de grãos, com muita qualidade e quantidade de grãos.
Alguns produtores já começam a manejar as áreas com vistas à implantação de pastagens de Inverno.

Apicultura – Na região de Bagé, os enxames estão fortalecidos pela alta floração dos campos e matas nativos, com floradas ricas em pólen, o que provoca uma alta enxameação, resultando assim em captura de novos enxames pelos apicultores. Após dois anos de baixa produtividade de mel, este ano está sendo muito boa para os apicultores que realizam as primeiras coletas do produto. Apicultores estão realizando a migração das colmeias para as florestas de eucaliptos, com objetivo de aproveitar a floração.

Na região de Porto Alegre, ocorre o manejo das colmeias, com boa florada neste período. Os apicultores estão otimistas com a boa produtividade de mel, na ordem de 15 kg/colmeia do mês de agosto a dezembro. O tempo quente e ensolarado facilita as abelhas a fazerem as revoadas em busca de pólen.

Na região de Santa Rosa, está em andamento a segunda colheita de mel do Verão, com boa produtividade por caixa (25 kg), trazendo alento aos apicultores. O mel colhido, segundo os criadores, é de excelente sabor, bom textura e cor. O preço do kg do mel recebido pelos apicultores é considerado bom, apesar de ter aumentado a oferta, variando o preço para faixa de R$ 18,00 a R$ 25,00/kg para o mel embalado.

Na região de Soledade, as boas condições climáticas da semana também possibilitam a recuperação dos enxames mais fracos (divididos e capturados). Enxames produtivos também são beneficiados pelas floradas da época, embora não sejam muito abundantes. De maneira geral, a colheita foi satisfatória, principalmente nos apiários bem manejados.

Fonte: Emater RS



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