O clima ajudou bastante os seringais do noroeste de São Paulo. A região é a que mais produz borracha no país e a expectativa é de uma safra maior que a do ano passado.
As canecas estão transbordando, sinal de que a sangria segue em ritmo acelerado na propriedade em Monte Aprazível, no noroeste de São Paulo, onde há 50 hectares com 17 mil árvores em produção. A expectativa do agricultor Fábio Magrini é extrair neste ano mais látex do que na safra anterior.
"Nós estamos esperando 20% a mais da produção passada. Isso vai acarretar mais ou menos 180 toneladas na propriedade", avalia Magrini.
Desde o fim do ano passado até agora tem chovido mais nos seringais, o que é muito bom para as plantas que acabam produzindo mais. Com isso, os produtores poderão estender o período de sangria por mais 30 dias.
O agrônomo César Savoia explica porque a seringueira necessita tanto de chuva. "Na verdade, a planta é uma bomba. Então, ela funciona captando água, produzindo, vamos dizer assim, o látex a partir dessa água. Basicamente, 50% ou 47% do látex é água”, diz.
Apesar da ajuda do clima, os produtores reclamam dos preços. "O nosso custo de produção aumentou. Todos acompanharam o dólar. E o nosso preço agora, com essa queda do dólar, tem tendência a cair”, diz Magrini.
O agricultor José Alécio também está preocupado com os preços. As cinco mil árvores em produção da propriedade devem render 35 toneladas de borracha. "Nós estávamos recebendo no mês passado a R$ 2,20 o quilo na roça. Agora, caiu para R$ 2. Se cair mais que isso fica inviável a produção de borracha”, diz.
Esse ano, os seringais devem render R$ 118 mil toneladas de látex no noroeste de São Paulo. Na safra passada, foram 114 mil toneladas.
Fonte: Revista Globo Rural
Fonte: Canal do Produtor