Na regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, o clima seco e a baixa umidade no solo durante o período de desenvolvimento e formação de frutos das espécies cítricas provocaram a formação de frutas menores do que ano passado e também a ocorrência de rachadura nas frutas. Segue na região a colheita de bergamotas comuns e da Ponkan, das laranjas das variedades comuns e de umbigo, e do limão Taiti e da lima comum. Os pomares apresentam produtividade abaixo do normal, visto que o período de estresse hídrico fez com que as plantas abortassem boa parte da carga e reduzissem o tamanho dos frutos. Frutas são vendidas ao preço de R$ 1,50/kg.
Na regional de Ijuí, os citros seguem em colheita, com pomares apresentando diferentes potenciais produtivos. Nas regiões mais afetadas pela estiagem, há grande queda de frutos e rachadura da casca, mas em Santo Augusto, os produtores estão contentes com a expectativa de produção, pois os pomares não foram afetados pela estiagem e apresentam boa carga de frutos e baixa incidência de pragas. O preço pago para bergamota foi R$ 2,10/kg e de R$ 1,50 para laranja.
Na região de Lajeado, as chuvas ocorridas no período na região do Vale do Caí vieram para amenizar o grave quadro da estiagem. Entretanto, já estava consolidado o prejuízo para as cultivares precoces de bergamoteiras e laranjeiras. Em muitas situações, a chuva agravou as perdas, porque grande quantidade de frutas rachou com o retorno da umidade no solo; isso ocorre pelo fato de que, durante uma estiagem, a casca das laranjas e bergamotas torna-se rígida e agora, ao chover, uma grande quantidade de água entrou nos frutos, inchando-os e provocando a rachadura da casca. Estas frutas não têm lugar na comercialização. Por outro lado, as chuvas devem beneficiar as cultivares tardias de laranjeiras, como Valência, do Céu tardia e umbigo Monte Parnaso, e também as de bergamoteiras, como a Montenegrina e a Morgote. Entre as bergamotas, já está em colheita a cultivar Caí; os citricultores recebem em média R$ 45,00/cx. de 25 quilos de citros desta variedade. Também começam a ser colhidas as primeiras caixas de Ponkan, e os citricultores recebem em média R$ 30,00/cx. de 25 quilos. A colheita da bergamota Satsuma, também conhecida como Japonesa, está praticamente concluída, com preço médio de R$ 22,00/cx. de 25 quilos para esta variedade sem semente. Os preços recebidos pelos citricultores são bem maiores do que na safra passada, comparativamente ao final da colheita da Satsuma em 2019, quando os citricultores receberam R$ 18,00/cx. de 25 quilos. Entretanto, o melhor preço nesta safra não compensa as perdas decorrentes da estiagem, pois colhem frutas apenas aqueles citricultores que conseguiram irrigar ou cujos pomares receberam mais chuva. Na grande maioria dos cultivos, houve queda de frutos, citros não desenvolvidos, rachados e até mesmo a morte de plantas. Para as laranjeiras, a situação de perdas é a mesma. Já começou a colheita da laranja Céu precoce, fruta sem acidez, também conhecida como laranja lima em São Paulo e outros estados do Brasil; o citricultor recebe em média R$ 20,00/cx. de 25 quilos. Em São Sebastião do Caí e São José do Hortêncio, onde a citricultura é muito diversificada, já há registros do início da colheita das laranjas Seleta, Shamouti e umbigo Bahia, com preços médios de R$ 20,00, R$ 24,00 e R$ 30,00/cx. de 25 quilos, respectivamente. Em relação à lima ácida Taiti, o popular limãozinho verde, a colheita está restrita a poucos pomares onde os citricultores dispõem de irrigação.
Em Bom Princípio, um dos principais produtores de limão do Rio Grande do Sul, houve – além da queda de frutos – uma significativa mortandade de árvores jovens, pois há muitos pomares novos cujas árvores ainda não desenvolveram raízes em profundidade e que sentiram o estresse pela estiagem. As plantas de Taiti têm florescimento muito abaixo do esperado para época, reduzindo a possibilidade de recuperar a produção. Além disso, os frutos murchos ficam fora do padrão de comercialização. A caixa de 25 quilos está sendo comercializada, em média, a R$ 20,00 para produtores que vendem a intermediários, e entre R$ 25,00 e R$ 30,00 na Ceasa de Porto Alegre e na de Caxias do Sul. Estima-se que o preço se manterá baixo pela entrada do Taiti paulista.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, a maior área da bergamota, cultivada em cerca de 450 hectares, permanece em desenvolvimento de frutos, com exceção da cultivar Okitsu que se encontra em colheita, mas com baixa procura pelos mercados. As laranjas recebem tratos culturais; somente nas laranjas de umbigo inicia a colheita.
Na de Erechim, as variedades de ciclo médio, como a Caí, as comuns e a Clemenules, têm pouca procura para venda neste momento inicial de colheita. A Montenegrina apresenta frutas com menor calibre devido à estiagem. Em relação às áreas com laranjas, com área de 3.100 hectares na região, as variedades precoces já estão em estágio de colheita. As variedades de ciclo médio e tardio, em fase de desenvolvimento do fruto, apresentam redução do tamanho devido à estiagem.
Pomares seguem em colheita na regional de Porto Alegre, apresentando frutos pequenos e de qualidade muito ruim, com expectativa de produção 50% menor. Os preços pagos ao produtor em venda direta foram os seguintes: limão a R$ 2,55/kg; bergamota Ponkan a R$ 2,11/kg; laranja de suco a R$ 1,99/kg e laranja de umbigo a R$ 2,26/kg. Já os preços recebidos nas propriedades do atacado ou varejo para a caixa de 20 quilos são de R$ 35,00 para a bergamota Caí e de R$ 25,00 para a laranja de umbigo.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Soledade, os citros estão em fase de desenvolvimento de frutos e maturação. A bergamota Okitsu está em plena colheita; a Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1607, p. 22, 21 mai. 2020 variedade apresenta boa aceitação no mercado. A bergamota Ponkan, as laranjas de umbigo e as comuns precoces começam a mudar a cor, acelerando o processo de maturação; inicia a colheita. Em consequência da estiagem, a produção é menor do que a do ano passado, tanto em relação ao número de frutos por planta quanto em relação ao tamanho reduzido dos frutos. A perda geral na citricultura da região fica em 25%, em média. Os produtores seguem o cronograma de manejo fitossanitário para o controle de pragas e doenças, destacando-se o manejo da mosca-das-frutas e da pinta preta, principalmente.
Fonte: Emater