De nada adiantará o alto investimento na lavoura e o aumento de área plantada se São Pedro não colaborar para alcançar a esperada safra recorde no Rio Grande do Sul, já que o clima é determinante para o resultado da colheita.

– O tempo é o maior receio, porque foge do nosso alcance. O que depende da gente, procuramos fazer o melhor – reitera Luciano.

Mas parece que neste verão o santo atenderá as orações dos agricultores – de acordo com a Somar Meteorologia, serão dois climas distintos no Estado: a metade norte terá chuvas regulares e a parte sul pode ter períodos de estiagem, mas dentro da normalidade para o verão na região. As chuvas poderão, inclusive, ficar acima da média em alguns períodos.

– Devido ao aquecimento das águas da região sul do Oceano Pacífico, entre a segunda quinzena de janeiro e ao longo de fevereiro poderão ocorrer bloqueios atmosféricos que impedirão que as frentes frias avancem continente adentro. Com isso, as frentes frias deverão ficar, durante esse período, “presas” sobre o Estado, deixando o tempo mais fechado e chuvoso. – revela o agrometeorologista da Somar, Marco Antonio dos Santos.

Na análise dele, na média do verão, a tendência é que o clima seja razoavelmente bom em todo o Estado, podendo ocorrer perdas de produtividade pontuais, mas nada que venha a comprometer seriamente a produção de soja.

Segundo os relatórios da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, sigla em inglês) – organização que faz parte do Departamento de Comércio dos Estados Unidos – há uma possibilidade entre 50% e 60% de ocorrência do El Niño durante este verão. Caso se confirme, será um fenômeno de fraca intensidade. Conforme o Marco Antonio, a previsão é termos uma safra muita parecida com a anterior, ou seja, uma boa produção com apenas quebras pontuais.