O Conselho Estatal da China, como é conhecido o gabinete do país, anunciou uma série de medidas com o objetivo de impulsionar as exportações, que têm sido prejudicadas por uma tendência de fraca demanda global.Em comunicado divulgado em sua página na internet, o conselho informou que irá implementar várias medidas relacionadas a reservas bancárias, taxas de juros e refinanciamento, de forma a encorajar os bancos a ampliar o crédito para pequenas exportadoras. O conselho também orientou as instituições a conceder mais empréstimos a exportadoras rentáveis que continuam a receber encomendas externas.
Além disso, o órgão prometeu estender sua política de incentivo fiscal a mais empresas e oferecer isenção total para alguns produtos do setor eletroeletrônico, como câmeras e motores a combustão. Outras medidas incluem a redução de taxas de curto prazo para o seguro de crédito à exportação e a ampliação da cobertura de seguro para exportações de equipamentos.
Em relação às importações, o conselho disse que irá ajustar sua política de subsídios para estimular as compras externas pela China de equipamentos tecnologicamente avançados e cortar impostos sobre alguns bens de consumo adquiridos no exterior para dar sustentação ao consumo doméstico.
Dados oficiais divulgados no fim de semana mostraram que tanto as exportações quanto as importações da China ficaram abaixo do esperado em abril.
Sinalização pessimista
Ontem, uma graduada autoridade da China mostrou uma visão pessimista sobre a economia do país, o que foi um fator negativo para as bolsas de valores locais.
A autoridade, que não teve o nome divulgado pela imprensa estatal, afirmou que a recuperação econômica do país deve acontecer em forma de L , não de U ou V , o que sugere que o crescimento tenderá a ser menor.
A autoridade chinesa também disse que o governo não deve apoiar o crescimento por meio de mais alavancagem. A grande alavancagem levará a um alto risco , disse a autoridade, segundo o jornal Diário do Povo. Se não for bem controlada, levará a uma crise financeira sistêmica e a um crescimento negativo , disse.
Segundo a fonte, o mais importante agora é avançar com reformas do lado da oferta, não lançar estímulos no curto prazo que sacrifiquem o crescimento potencial, e avançar de maneira ativa e constante para reduzir a alavancagem. Após as declarações, a Bolsa de Xangai caiu 2,8%.
O analista Yang Zhao, da Nomura, disse que as declarações sugerem que a política futura de relaxamento pode ser mais cautelosa e que o governo pode tentar apressar o ritmo das reformas. O analista afirmou que isso reforça a visão de que o crescimento nos investimentos impulsionado por mais dívida terá vida curta.
Também nesta segunda-feira, o banco central da China (PBoC, na sigla em inglês) afirmou que irá criar um ambiente monetário neutro e adequado para reformas estruturais.
Em seu relatório trimestral, a autoridade afirmou que irá manter a política monetária prudente e alertou que os fundamentos da recuperação econômica ainda não estão sólidos. A instituição notou que os problemas estruturais da economia doméstica continuam espinhosos e que a recente recuperação se apoia fortemente no mercado imobiliário.
O PBoC também alertou contra o excesso de oferta de determinados bens, a elevação do endividamento e dos riscos.
O tom do comunicado foi equilibrado(…), sugerindo que a política monetária se tornou neutra após a farra de crédito do trimestre anterior , disseram os economistas da Macquarie Securities em nota.
No primeiro trimestre, os bancos chineses concederam 4,6 trilhões de iuanes (US$ 709 bilhões) em novos empréstimos, uma alta de 25,3%.
Projeções comedidas
A economia chinesa deve crescer 6,7% no segundo trimestre, com aumento do investimento em infraestrutura e recuperação do mercado imobiliário, segundo um instituto oficial. A taxa é a mesma registrada no primeiro trimestre.
No segundo trimestre, as exportações vão provavelmente cair 8%, e as importações, 10%, de acordo com o Centro Estatal de Informação, associado à Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, poderoso órgão de planejamento econômico.
O setor de serviços deve ter expansão de 7,5%, e as vendas do varejo, de 10,5%. O Centro disse que a excessiva capacidade industrial e a desaceleração do investimento privado continuarão a representar desafios ao crescimento.
Fonte: DCI
Fonte: Canal do Produtor