As cotações do milho em Chicago ensaiaram uma alta, porém, não encontraram sustentação e o fechamento desta quinta-feira (04) não ficou muito distante do ocorrido uma semana antes, com o bushel registrando US$ 3,67, após US$ 3,64 na semana anterior. A média de setembro ficou em US$ 3,52, contra US$ 3,58/bushel em agosto e US$ 3,47 na média de setembro de 2017. Assim, em relação há um ano, o bushel de milho está valorizado em 1,4%.
O mercado chegou a sofrer pressão altista diante de expectativas de chuvas importantes nas regiões de produção dos EUA, com prognósticos de que as mesmas superariam em 80% o nível médio histórico, fato que atrapalharia consideravelmente a colheita do cereal. Todavia, até o dia 30/09 a colheita chegava a 26% da área esperada, contra 17% na média histórica, não havendo problemas maiores.
Neste contexto, o próximo relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 11/10, ganha importância, pois irá consolidar o quadro da colheita e seu volume final, assim como os estoques finais nos EUA e no mundo.
Em relação a isso, o relatório de estoques trimestrais, na posição 1º de setembro, anunciado no final de setembro, apontou um volume de 54,4 milhões de toneladas nos EUA, acusando um recuo de 7% em relação a igual momento de 2017. Entretanto, o volume ficou acima da expectativa do mercado, que esperava 50,9 milhões de toneladas.
Por sua vez, as vendas líquidas de milho por parte dos EUA, na semana encerrada em 20/09, registraram um volume de 1,71 milhão de toneladas, para este novo ano comercial 2018/19, iniciado em 1º de setembro. As mesmas ficaram acima do que o mercado esperava. O maior comprador foi o México com 623.200 toneladas.
Já Na Argentina a tonelada FOB de milho fechou a semana na média de US$ 162,00, enquanto no Paraguai a mesma registrou US$ 132,50.
Aqui no Brasil, os preços do cereal voltaram a subir, com a média gaúcha no balcão batendo em R$ 38,16/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 42,00 e R$ 43,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes ficaram entre R$ 24,00/saco nas regiões mato-grossenses de Sorriso, Sapezal e Campo Novo do Parecis, até R$ 41,50/saco nas regiões catarinenses de Videira, Concórdia e Campos Novos.
O mercado interno brasileiro está relativamente paralisado na expectativa do resultado das eleições presidenciais. As incertezas quanto ao desfecho final e a busca por um reposicionamento em favor deste ou daquele candidato trava os negócios. Além disso, a forte revalorização do Real, na medida em que as pesquisas eleitorais apontam em favor da nova preferência do setor financeiro, acabam tirando competitividade das exportações.
Neste contexto, as exportações de milho brasileiras em setembro ficaram em 3,4 milhões de toneladas, abaixo do que o mercado esperava. O preço médio da tonelada ficou em US$ 172,60.
Na região da Sorocabana paulista o saco de milho recuou para R$ 36,00, enquanto o referencial Campinas veio a R$ 39,00 no CIF disponível e no porto de Santos o produto foi cotado a R$ 38,00.
Dependendo do resultado do primeiro turno, neste domingo 07/10, poderemos assistir a alguma movimentação mais significativa neste mercado na próxima semana.
Enfim, até o dia 28/09 o plantio da nova safra brasileira de milho de verão chegava a 28% da área esperada, contra 24,5% na mesma época do ano passado, com o Rio Grande do Sul registrando 57% de área semeada, Santa Catarina 39%, Paraná 36% e São Paulo 12% (cf. Safras & Mercado). No Rio Grande do Sul a expectativa de área mudou e, agora, espera-se 738.000 hectares cultivados. Se confirmada, tal área será 5,5% superior à registrada no ano passado, porém, ainda ficando como a segunda menor área cultivada com milho no Estado desde os anos de 1970 (cf. Emater).
Fonte: CEEMA