Os investidores mantêm o mercado caminhando de lado diante da falta de fatores com força suficiente para tirar os negócios da oleaginosa do suporte dos US$ 8,70 – US$ 8,80 ou para ampliar a resistência rompendo os US$ 9,00 por bushel.
Ainda nesta quinta, os traders também aproveitam para realizar lucros, devolvendo as ligeiras altas registradas na sessão anterior, puxadas por uma melhora no humor do financeiro, ajudada por uma alta de mais de 5% do petróleo.
Hoje, o mercado internacional espera pelo novo boletim semanal de vendas para exportação que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta no início da tarde.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Soja fecha em alta na CBOT com financeiro e do petróleo, preços sobem no interior do BR
Na sessão desta quarta-feira (17), na Bolsa de Chicago, os futuros da soja operaram durante todo o dia com estabilidade e fecharam o dia com ligeiros ganhos entre as posições mais negociadas. As variações foram de pouco mais de 2 pontos de alta. O contrato maio/16, referência para a safra do Brasil, encerrou o pregão valendo US$ 8,84.
O mercado internacional segue travado, caminhando de lado e sem informações que possam direcioná-lo para cima ou para baixo. No entanto, uma melhora no mercado financeiro global e o forte avanço registrado pelo petróleo – que subiu mais de 5% nesta quarta – trouxe algum novo fôlego para os preços.
Como explica o diretor de inteligência de mercado da corretora Cerealpar, Steve Cachia, esses ainda são fatores insuficientes para provocar uma reversão no mercado que, nesse momento, "não caminha para direção nenhuma, ainda mais com a colheita no Brasil em pleno andamento e começando, daqui a pouco, na Argentina".
Entre essa falta de novidades, para Cachia, a tendência no curtíssimo prazo é de que as cotações sigam confinadas entre um intervalo de US$ 8,75 / US$ 8,80 a US$ 9,00 por bushel na Bolsa de Chicago, sem força para cair muito mais do que essas mínimas. "Dentro das próximas semanas, a expectativa é de que esse preços viriam a romper, novamente, a barreira dos US$ 9,00", diz.
Para que um movimento como esse se consolide, no entanto, informações fortes teriam que vir ou da nova safra norte-americana – com as expectativas para o plantio nos EUA – ou que houvesse uma mudança no sentimento do mercado financeiro. "Os fundos de investimento estão de lado agora esperando o momento certo para voltar a entrar nos negócios. Falta especulação no mercado", explica Cachia.
Assim, os fundamentos que direcionam o mercado da soja – já exaustivamente precificados – têm cada vez menos peso entre os negócios. A demanda mundial, inclusive na China, como salienta o diretor da Cerealpar, é forte e vai continuar crescendo e, na América do Sul, não há mais problemas que possam desestabilizar os preços.
Negócios no Brasil
No Brasil, os negócios também seguem parados, situação que se intensifica em dias em que o dólar chega a perder mais de 2% ao longo do dia como nesta quarta-feira. A moeda americana encerrou os negócios perdendo 1,88% e cotada a R$ 3,9940, depois de bater na mínima da sessão de R$ 3,96.
"A leitura de que há disposição de segurar os preços do petróleo fez muita gente desmontar apostas na alta do dólar", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado á Reuters. No entanto, no final da tarde, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito do Brasil do Brasil de BB+ para BB e trouxe confusão ao mercado, levando o dólar a amenizar suas baixas.
E é a esses movimentos que o produtor brasileiro deve estar atento, como orienta Steve Cachia. "A comercialização da soja do Brasil vai se dar em cima da taxa de câmbio", diz. Enquanto as incertezas ainda rondam os mercados – principalmente diante dos temores dos investidores em relação à ainda turbulenta cena política e econômica do Brasil – as vendas seguem escassas e acontecendo pontualmente.
Dessa forma, quarta-feira de preços da soja em queda nos portos do Brasil. A oleaginosa disponível perdeu 1,25% em Paranaguá, para R$ 79,00 por saca, enquanto caiu 1,22% em Rio Grande, para R$ 81,00. Já o produto da nova safra, com entregas previstas para maio e junho, respectivamente, recuaram 0,63% e 1,19%, para R$ 78,50 e R$ 83,00 por saca.
No interior do Brasil, por outro lado, os preços fecharam o dia com algumas altas, diante de uma retração vendedora por parte dos produtores rurais e frente a uma demanda interna que segue aquecida, sustentada por margens de esmagamento positivas nas indústrias nacionais, como explica o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora.
Com esse quadro, alguns preços pagos por compradores brasileiros chegam a superar os de exportação em determinadas praças de comercialização. Em Não-Me-Toque/RS, o preço da soja subiu 1,14% para R$ 72,00 por saca e, em São Gabriel do Oeste/MS, ganho de 6,45% para R$ 72,00. Na praça de Cascavel/PR, alta de 0,72% para R$ 70,00 e na de Tangará da Serra/MT, o valor foi a R$ 63,00, subindo 0,80%.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor