Os preços do leite voltaram a subir na médio Brasil, após quatro meses consecutivos de quedas, entre agosto e dezembro do ano passado. O acompanhamento de mercado feito pelos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) mostra que a média Brasil líquida de janeiro (referente ao leite captado em dezembro) foi de R$ 1,2836/litro, aproximadamente 4% (ou 5 centavos) acima do valor registrado no mês anterior.
Os pesquisadores observam que a alta foi mais intensa nos estados do Sul do Brasil, “mas, por outro lado, no Sudeste, os preços se mantiveram praticamente estáveis. A valorização do leite no campo esteve atrelada à oferta limitada e ao aumento da competição entre empresas para assegurar matéria-prima.”
Segundo eles, os custos de produção subiram justamente no último trimestre do ano, “período em que a receita do pecuarista recuou – o que freou novos investimentos”. Na avaliação dos pesquisadores, as assimetrias de informações e as ações especulativas diminuíram a confiança de produtores em seguir aumentando a produção, o que limitou a oferta em janeiro. “Além disso, há que se considerar que o excesso de chuvas no Sul e a escassez no Centro-Oeste também impactaram a atividade.”
A expectativa para fevereiro, dizem os pesquisadores, é de que os preços do leite aumentem ainda mais, uma vez que, durante janeiro, as empresas acirraram a disputa por fornecedores e elevaram os patamares de negociação. “Além disso, os mercados do leite spot (negociação entre indústrias) e do leite UHT (longa-vida), importantes direcionadores do preço no campo, também reagiram”.
No primeiro mês de 2019, a maior demanda das indústrias pelo leite spot impulsionou sua valorização em 37,6% na média de Minas Gerais. No caso do UHT, o preço médio recebido pelas indústrias no estado de São Paulo registrou alta acumulada de 6,5% de 2 a 29 de janeiro.
Nova metodologia
A partir de janeiro de 2019, os preços médios do leite ao produtor passaram a ser calculados pelo Cepea com base em uma nova metodologia. As principais mudanças são: coleta de dados desagregada por produtor; nova nomenclatura para preços mínimos e máximos, que passam a ser “preço médio do menor estrato de produção (maior que 200 litros de leite por dia)” e “preço médio do maior estrato de produção (maior que 2.000 litros de leite por dia)”; novo cálculo das médias estaduais e da “Média Brasil”, que passam a ser ponderadas pelo volume da amostra.
Fonte: Revista Globo Rural
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Fonte: Sistema FAEP