Na mesma proporção que avança o plantio da safra 2017 de trigo no Paraná, maior produtor nacional, cresce a preocupação dos agricultores que apostam na cultura de inverno. Medidas recentes definidas pelos governos federal e estadual e o crescimento significativo das importações criaram condições de mercado desfavoráveis para quem semeia o cereal do pão na safrinha. Prova disso está na redução de 8% na área dedicada ao trigo no Estado, conforme levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Os triticultores paranaenses irão dedicar apenas 990 mil hectares na atual temporada, quarta queda estadual consecutiva.
O primeiro baque sentido pelo setor veio com a disparada nas importações de trigo. De acordo com Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o país comprou 5,1 milhões de toneladas do cereal no mercado internacional, principalmente da Argentina, entre agosto de 2016 e março deste ano, aumento de 46% em relação ao mesmo período na temporada passada. Este montante é o maior da série histórica de 21 anos da entidade. Na contramão, o volume das exportações despencou 43%.
Na sequência, o segundo golpe aconteceu com o anúncio do governo federal de redução de 3,6% nos preços mínimos. No caso do trigo “pão” tipo 1 na região Sul, por exemplo, o preço mínimo foi reduzido para R$ 37,26 por saca de 60 quilos, ante R$ 38,65 na temporada 2016/17.
“O produtor já vem um tanto desanimado, por questões climáticas e a falta de liquidez no pós-colheita. Os preços e as condições de pagamentos no exterior estão mais atrativos, o que derrubou ainda mais as cotações internas. Vem na sequência o governo e reduz o preço mínimo. Não há sinais de que o pessoal irá investir efetivamente na cultura”, explica Lucilio Alves, analista do Cepea e professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).
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Fonte: Sistema FAEP