Na onda da alimentação saudável, o consumo de nozes e castanhas deve aumentar mais de 10% no mundo este ano, com a produção global alcançando pelo menos 2,5 milhões de toneladas. O maior destaque é o pistache – a procura pela oleaginosa, considerada rica em proteínas e vitaminas, dobrou de 2016 para 2017, segundo a USDA (United States Departament of Agriculture), o departamento de agricultura dos Estados Unidos. O Brasil pretende disputar uma fatia maior desse mercado. Também está em pauta a crescente demanda interna.
Leonardo Chiappeta, neto do imigrante italiano que fundou o Empório Chiappetta em 1908, em São Paulo, conta que nos últimos anos a empresa, que até então apenas comercializava nozes e outros tipos de alimentos, passou a produzir pastas de amêndoas, nozes, macadâmia e outras oleaginosas. A mudança foi motivada por uma demanda dos clientes.
“As pessoas perceberam o potencial nutritivo dos alimentos saudáveis e estão solicitando mais opções”, diz ele.
O empresário Ulisses Sabará, presidente da Concepta Ingredientes, destaca o crescimento do mercado de óleos essenciais fabricados a partir de castanhas da Amazônia e de outras regiões do país, usados na indústria de cosméticos.
“Trabalhamos juntos com as comunidades locais para ajudar a torná-las mais autossustentáveis e preservar a floresta”, comentou Sabará.
Hoje, boa parte dos produtos segue para a exportação. A empresa também está investindo no setor de alimentos. Uma das últimas criações foi um creme vegetal vegano, à base de um blend de óleos brasileiros, com aparência de manteiga.
“O preço ainda é considerado um desafio, mas aos poucos o mercado nacional está mudando”, disse.
A nutricionista Rosinéia Aparecida Bigueti, do SESI de São Paulo, destaca as diversas aplicações das nozes e castanhas na culinária e seus benefícios para a saúde.
“As oleaginosas são o alimento do futuro”, afirmou.
Esse grupo de alimentos possui uma combinação rica de nutrientes – estudos mostram que as nozes e castanhas ajudam a minimizar processos associados ao envelhecimento e infecções, entre outros benefícios para a saúde.
“Esse é o momento ideal para o produtor brasileiro se unir, buscas novas tecnologias e ganhar mercado”,
disse o produtor José Eduardo Camargo, presidente da recém-criada Associação Brasileira de Nozes e Castanhas e Frutas Secas (ABNC), lançada durante o 7º Encontro Brasileiro de Nozes e Castanhas. Um dos maiores objetivos da nova entidade é promover o segmento dentro e fora do país.
“O produto apresenta uma ótima rentabilidade e possibilita a preservação do meio ambiente”, afirmou.
Estima-se que área plantada de macadâmia e nozes pecã no país seja de 12 mil hectares. “Há um potencial grande de crescimento”, diz Camargo.
Fonte: Revista Globo Rural