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CARNE MAQUIADA

Amostras de peças de carne bovina, embutidos e cortes de frango coletadas diretamente em supermercados e vendidas ao consumidor contêm substâncias irregulares, com a função de encobrir problemas de conservação. A revelação é resultado de um estudo realizado pela Proteste, neste mês, que identificou substâncias proibidas em cinco das 26 amostras analisadas.

O objetivo da pesquisa, realizada em São Paulo, era descobrir se as irregularidades dos produtos identificadas na Operação Carne Fraca, em abril deste ano, ainda estavam presentes.

Um dos problemas encontrados foi a presença de um conservante proibido, o nitrato, em carnes in natura, sendo que ele é permitido apenas em carnes embutidas. Ele estava presente em cortes de contrafilé da Friboi, pertencente à JBS, e em picanhas das marcas Montana – controlada pela Marfrig – e Frialto.

De acordo com a associação, o aditivo não é autorizado pela Anvisa e nem pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e “pode estar sendo empregado pelas empresas para encobrir falhas no processamento do alimento ou alterar a qualidade do produto”. Ele é usado para aumentar o tempo de conservação dos produtos, melhorar o aspecto e prevenir o crescimento microbiológico na carne.

A outra irregularidade apontada foi de uma substância presente quando a gordura da carne está deteriorada e malconservada, chamada peróxido. As amostras onde o problema foi encontrado foram mortadelas das marcas Ceratti e Confiança.

Esta é a segunda fase de um estudo que a Proteste vem realizando desde a deflagração da Operação Carne Fraca. Antes dessa etapa, a organização identificou, também em peças da JBS, a presença da bactéria Salmonella.

Até o momento, a Friboi foi a única a se pronunciar:

- A Friboi informa que as suas carnes in natura são comercializadas livres de quaisquer conservantes e que não utiliza Nitrato em nenhum momento do processo. A marca coloca-se à disposição para enviar a lista oficial de compras da unidade citada, bem como de todas as outras plantas que fabricam produtos in-natura, e, assim, comprovar que a substância não é adquirida por essas plantas. Além disso, não foi encontrado Nitrito na amostra avaliada, o que tira a credibilidade da própria análise divulgada pela Proteste, já que a substancia de Nitrato é transformada naturalmente em Nitrito. Além disso, mais uma vez a Proteste não informou o laboratório que realizou a análise e o laudo apresentado não atende ao padrão estabelecido pela norma técnica da ABNT ISO/IEC 17025/2005 para emissão de resultados. A marca informa ainda que, diferente do que foi divulgado pela Proteste, não foi alvo da Carne Fraca e não teve nenhum produto ou funcionário citado na Operação. -

Fonte: Infomoney



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