O preço médio da carne bovina vendida pelos frigoríficos de São Paulo, em valores nominais, é o menor desde a última semana de agosto de 2016. Os cortes de dianteiro, desde abril daquele ano não são vendidos em patamares tão baixos. Em uma semana, o mercado recuou 1,22%, segundo levantamento da Scot Consultoria. Com as margens dilatadas, situação garantida pelas sucessivas desvalorizações do boi gordo, as indústrias encontram espaço para tentar estimular as vendas reajustando as cotações, sem que isso prejudique seus resultados.
E, se essa tem sido a estratégia, está claro que o volume de compra de matéria-prima, de boi gordo, está desalinhado com as vendas. E olhe que as escalas de abate no estado atendem, em média, cinco dias úteis, programação que não foge da “normalidade” de um frigorífico.
Portanto, em resumo, a situação atual é de queda nos preços da arroba, o que indica que os compradores estão retraídos. Isso regula a produção de carne, mas ainda assim os preços dos cortes caem. Ou seja, o cenário sugere que uma possível redução na oferta de boiadas não preocuparia a indústria, que se abastece de forma comedida. Em outras palavras, isso não traria nenhum viés de alta ao mercado do boi gordo. E, diante disso, retardar a entrega dos bois, como temos visto alguns pecuaristas sugerirem, piora o resultado da fazenda, já que agrega custos e diminui o giro do estoque, mas não mexe, em nada, com os preços pagos pela indústria.
Fonte: Scot Consultoria