A Bienal dos Negócios da Agricultura Brasil Central começou hoje em Campo Grande, no Estado de Mato Grosso do Sul. O produtor e engenheiro agrônomo, Alisson Alceu Hilgenberg, de Ponta Grossa (PR), alcançou o que foi considerado um recorde de produtividade: 141,79 sacas de soja por hectare. Ele levou o prêmio organizado pelo Cesb – Comitê Estratégico Soja Brasil e apresentado no primeiro dia do evento.
O número ultrapassa em 195% a média nacional que é de 48 sacas e supera em 18,2% a meta estabelecida pelo Cesb para esta que é a 7ª edição, que é de 120 sacas. O segredo do sucesso na competição não foi algo conquistado em pouco tempo. Há mais de três décadas, a família de Hilgenberg iniciou a correção de solo com um programa de rotação de cultura dentro do sistema de plantio direto. A escolha da cultivar, as técnicas e cuidados na qualidade de semeadura da soja, além de boas condições climáticas desse ano levaram o produtor a apresentar o excelente resultado.
De acordo com Luiz Nery Ribas, presidente do Cesb, a tradição de plantio dos Hilgenberg retrata bem o trabalho realizado por grande parte dos vencedores do Desafio.
- Não é de um dia para outro que um produtor consegue alcançar 100 sacas por hectare. Esse é um trabalho que leva anos para se desenvolver – comenta. São necessárias dedicação e experimentação, mas também precisa haver a convergência de diversos fatores, como as boas condições climáticas, um excelente perfil do solo, o uso de cultivares que preenchem todos os requisitos para alta produtividade e os ajustes finos do sistema de produção – acrescenta ele.
O Desafio é dividido em duas categorias: soja irrigada e não irrigada (de sequeiro). Na primeira, é premiado apenas um Campeão Nacional; na segunda, são contemplados, além do Campeão Nacional, os Campeões Municipais, Estaduais e Regionais (Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte/Nordeste). Os vencedores nacionais e regionais ganharam, como prêmio, uma viagem técnica aos Estados Unidos, que ocorreu entre os dias 1 e 9 de agosto e incluiu visitas a culturas de soja de alta produtividade, centros de pesquisa e universidades. Aos campeões estaduais e municipais, o CESB forneceu um certificado de reconhecimento, que os identificará como referência em produtividade de soja no Brasil.
Durante o Fórum, foram premiados e apresentados os cases de cinco produtores e consultores campeões:
Área irrigada
Campeão Nacional
Produtor: Leonardo Latalisa França
Consultor: Lucas Gontijo Araújo
Brasilândia de Minas (MG)
Resultado: 113,32 sacas por hectare
Área não irrigada
Campeão Nacional e Regional Sul
Produtor: Alisson Hilgenberg
Consultor: Vilson Hilgenberg
Ponta Grossa (PR)
Resultado: 141,79 sacas por hectare
Campeão Regional Centro-Oeste
Produtor: Arthur Exley Edwards
Consultor: Antonio Cavicchioli Pereira Neto
Ponta Porã (MS)
Resultado: 127,17 sacas por hectare
Campeão Regional Sudeste
Produtora: Elizana Baldissera Paranhos
Consultor: João Paulo de Sá Dantas
Capão Bonito (SP)
Resultado: 122,99 sacas por hectare
Campeão Regional Norte/Nordeste
Produtor: Rui Luiz Gaio
Consultor: Ivair Gomes
Correntina (BA)
Resultado: 112,44 sacas por hectare
Simpósio de jornalismo
O simpósio de jornalismo, realizado no primeiro dia da Bienal da Agricultura, apresentou os desafios enfrentados pelos profissionais da imprensa.
- Temos que traduzir a agricultura em significados para a imprensa, só assim conseguiremos levar informações corretas e relevantes para a sociedade – falou.
Com esta afirmação, o jornalista Fernando Barros (foto acima) iniciou o Simpósio de Jornalismo Agropecuário, um dos eventos paralelos da 3ª Bienal dos Negócios da Agricultura Brasil Central, realizada no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, nos dias 31 de agosto e 1° de setembro, Campo Grande/MS. Para Barros, a reputação do agronegócio está comprometida com a atuação parcial e sem apuração correta da imprensa nacional e internacional.
Com o tema ‘Comunicação, a 4ª dimensão da sustentabilidade’, Fernando Barros chamou a responsabilidade para o setor agropecuário, de oferecer informações técnicas em linguagem mais simplificada e que transmitam com mais clareza a realidade do campo. Para os profissionais de imprensa, Barros explicou que é preciso cuidado na coleta de dados, a fim de que não propagar conteúdos parciais (escutando apenas um lado).
- Temos vários desafios a vencer, mas é fundamental que os jornalistas cumpram a função de aferir, monitorar e compartilhar informações que sejam reais para toda sociedade. Ao público interessa saber qual o impacto ambiental, o foco social do produto e os impactos na saúde da população – argumentou o especialista em jornalismo agropecuário, apontando que existem grupos interessados em demonizar a imagem da agricultura e que sacralizam os animais, criando um clima de animosidade da sociedade para os produtores.
Para o presidente da FAPE/DF, Renato Simplício Lopes, o setor rural é um sistema complexo composto por vários personagens, mas o principal ainda é o produtor rural.
- A agricultura é a forma de relação que norteia homem e natureza, para produção de alimentos, fibras e bioenergia. Por isso é essencial que seja compreendido o quanto de recurso, tecnologia, conhecimento e mão de obra qualificada é utilizada para atender a demanda nacional e global – pontuou.
Segundo o presidente do Sistema FAMASUL, Mauricio Saito, o simpósio é uma oportunidade que profissionais da agropecuária e imprensa têm para trocar conhecimentos e esclarecer temas considerados polêmicos.
- Com a presença de especialistas no assunto, os participantes têm oportunidade de aprender mais e corretamente sobre o setor agropecuário. Queremos colaborar para minimizar as distorções de informações, como por exemplo, de que o produtor degrada o meio ambiente para produzir – ressaltou.
Sobre a Bienal
A Bienal da Agricultura acontece a cada dois anos, realizada rotativamente nas capitais dos Estados do Centro-oeste. A primeira ocorreu em Goiânia, a segunda em Cuiabá e agora é a vez da capital sul-mato-grossense. A Bienal é organizada pelas federações de agricultura e pecuária de Mato Grosso do Sul (FAMASUL), Mato Grosso (FAMATO), Goiás (FAEG) e Distrito Federal (FAPE-DF). Esta edição acontece nos dias 31 de agosto e 1º de setembro e tem como tema “Conectando o campo e a cidade”.
A Bienal tem patrocínio do Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Monsanto, Bayer, Dow, Basf, Governo Federal, Caixa Econômica Federal e OCB Centro-Oeste – Organização das Cooperativas do Brasil.
O evento conta com o apoio do Governo do Estado de MS, da Aprosoja/MS, da Fundems – Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja, da Fundect – Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul, da Abrass – Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja, do Sicredi e do Banco do Brasil.
Conta também com o apoio institucional do Crea/MS – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de MS, da Embrapa e da Fundação MS e é realizado em parceria com o SBA – Sistema Brasileiro do Agronegócio, com a TV Morena, com o SBA – Sistema Brasileira do Agronegócio, com a UCDB e com a Revista Granja. Para mais informações, acessewww.bienaldaagricultura.com.br ou baixe o aplicativo da Bienal da Agricultura disponível no App Store e Play Store.
Fonte: Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul