Na última semana a justiça confirmou a falência da Wagner AgroCereais de Sarandi no norte do Rio Grande do Sul. A empresa atuava há 40 anos na compra e venda de cereais e insumos agrícolas e também operava de forma ilegal como financeira – captava dinheiro e pagava juros acima do mercado, sem a autorização do Banco Central. Em 2014, a empresa fechou as portas e aplicou um golpe em muitos agricultores e, até mesmo, em grande empresários bem sucedidos. Somente em processos que tramitam na justiça são 400 casos que somam aproximadamente R$ 150 milhões, mas a suspeita é de que esse valor ultrapasse os R$ 200 milhões, porque muitos investidores não declaravam o dinheiro.
Entre os credores estão produtores rurais que depositavam a produção de soja, milho e trigo – alguns há mais de 20 anos e agora viram o esforço de todo este tempo de trabalho desaparecer. Em um dos casos, o agricultor cometeu o suicídio após descobrir o golpe da empresa de Sarandi.
O empresário de Ibirubá, Jackson Löser, que era dono da Löser Cereais com unidades em Ibirubá, Quinze de Novembro e Jóia na região noroeste do Estado teve um prejuízo de R$ 7 milhões ao depositar a produção de grãos que recebeu dos produtores na empresa de Sarandi e não receber o dinheiro. O calote teve efeito cascata e Jackson precisou arrendar suas unidades para a Cooperativa de Tapera – Cotrisoja e desistir da atividade. Em conversa por telefone com o portal Agronovas, Jackson confirmou a informação do calote, mas disse que o assunto já era página virada e que estava se desfazendo do próprio patrimônio para honrar os compromissos com os agricultores que eram clientes da sua empresa.
Para a polícia, a Wagner AgroCereais iniciou como uma empresa séria, mas nos últimos tempos servia para a prática do estelionato. Há suspeita também de que pessoas eram usadas como laranjas para garantias em negociações.
As vítimas desta fraude estão indignadas que o responsável pelo calote milionário ainda está impune. O dono da Wagner AgroCereais, Adair Wagner, estaria morando em Porto Alegre.
