Produtores brasileiros já venderam 50,78 milhões de sacas de 60 quilos de café da safra recorde de 2018/19, colhida no ano passado, ainda que os negócios apresentem um ritmo mais lento na comparação com a média histórica para esta época, avaliou nesta quinta-feira a consultoria Safras & Mercado.
“Os armazéns ainda cheios, devido à safra recorde colhida no ano passado, também reforçam a impressão de que as vendas avançam muito lentamente. O fluxo anda pouco em termos percentuais, mas o volume comprometido é significativo”, destacou o especialista em café da Safras, Gil Barabach, em nota.
Com base na previsão da consultoria de uma safra brasileira de 63,7 milhões de sacas, o analista apontou que a comercialização avançou seis pontos percentuais ante o último mês, para 80 por cento do total projetado.
O índice aponta um atraso ante o mesmo período dos negócios para a produção da safra anterior (85 por cento), além de estar abaixo da média dos últimos cinco anos para esta época (84 por cento).
Considerando a previsão da véspera do conselho de exportadores (Cecafé), de embarques recordes de quase 40 milhões de sacas em 2018/19 (julho/junho), e um consumo interno anual de mais de 20 milhões de sacas, a indicação é de que o volume produzido ficará bem ajustado à demanda para o maior produtor e exportador global.
Segundo o consultor Barabach, as vendas de café arábica evoluíram de forma mais acelerada em fevereiro, com o produtor comprometendo 78 por cento da safra.
Mesmo assim, o percentual comercializado continua abaixo de igual período do ano passado (84 por cento), e também aquém da média para o período (84 por cento), em meio a preços fracos do café, que repercutem a grande safra do Brasil no ano passado, além da expectativa de produção futura. Nesta semana, a commodity teve o menor nível em 13 anos na bolsa ICE.
A vendas de café conilon, por sua vez, alcançam 86 por cento da safra estimada, abaixo de igual época do ano passado (91 por cento) e também da média de 5 anos (85 por cento).
Fonte: Reuters