A parceria entre a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), a Federação dos Cafeicultores e a Fundação de Desenvolvimento do Café do Cerrado (Fundaccer) apresentou, neste mês de dezembro, os resultados da segunda safra do projeto “Unidades Demonstrativas para Validação de Cultivares de Cafeeiro para as Condições da Região do Cerrado Mineiro”.
O trabalho, que avalia o desempenho de variedades de café desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento Genético da EPAMIG, possui experimentos implantados em 25 propriedades comerciais, de 12 municípios do Cerrado Mineiro, além de uma unidade no Campo Experimental da Empresa em Patrocínio. Os resultados consideram o biênio 2019/2020, por meio de variáveis como produtividade geral média; produtividade média em sequeiro; produtividade média em sistema irrigado; produtividade média por cultivar em sequeiro e em sistema irrigado; além da análise sensorial.
A produtividade média geral no período foi de 40,7 sacas por hectare. No sequeiro, os números foram de 33,8 sacas por hectare e em áreas irrigadas de 48,4 sacas por hectare. A cultivar mais produtiva na média geral foi a MGS Paraíso 2 (47,6 sacas por hectare), seguida pelas variedades MGS EPAMIG 1194 (47,1 sacas por hectare) e MGS Aranãs (44,5 sacas por hectare).
Em áreas de sequeiro as cultivares mais produtivas foram MGS Paraíso 2 (40 sacas por hectare), MGS Ametista (39 sc/ha) e MGS EPAMIG 1194 (38 sc/ha). No sistema irrigado, destacaram-se pela produtividade as variedades MGS EPAMIG 1194 (57,2 sc/ha), MGS Paraíso 2 (55,9 sc/ha), MGS Aranãs e Sachimor MG8840 (52,7 sc/ha).
Sistemas, alcançaram as maiores pontuações, as variedades MGS Paraíso 2 (85,4 pontos), Catiguá MG2 (84,10), MGS Aranãs (83,97) e MGS EPAMIG 1194 (83,89). A cultivar de referência Bourbon Amarelo IAC J10 obteve pontuação média de 83,83. Quando considerada a altitude, as cultivares que alcançaram pontuações mais elevadas na análise sensorial foram MGS Paraíso 2 (em altitude menor que 950m, entre 1001 e 1050m, e maior que 1150m), Catiguá MG2 (entre 951 e 1000m), MGS Aranãs (entre 1051 e 1100m), e Bourbon Amarelo IAC J10, cultivar de referência, (entre 1101 e 1150m).
Os gráficos com todos os resultados estão disponíveis no anexo (abaixo). Cada cafeicultor que possui unidade demonstrativa recebeu resultados individualizados de sua propriedade.
As entidades parceiras reforçam que a recomendação técnica das cultivares com precisão só será possível após a quarta colheita, fechando um ciclo de dois biênios.
“Estamos no segundo ano de avaliação e já foi possível perceber o incremento da produção e do padrão sensorial. Em algumas Unidades Demonstrativas, a variedade mais produtiva foi também a que obteve maior pontuação de bebida na escala SCAA (Specialty Coffee Association). Esperamos lançar em 2022 um software com dados para facilitar a escolha da cultivar em cada macrorregião do Cerrado”, projeta o pesquisador da EPAMIG, Gladyston Carvalho.
O projeto “Unidades Demonstrativas para Validação de Cultivares de Cafeeiro para as Condições da Região do Cerrado Mineiro” conta com o apoio financeiro do Consórcio de Pesquisa Café, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT Café).
Fonte: Epamig