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CAFÉ: BOLSA DE NOVA YORK TESTA RECUPERAÇÃO NESTA 3ª, MAS VOLTA A SENTIR PRESSÃO DO FINANCEIRO E FECHA COM LEVE BAIXA

Após oscilarem dos dois lados da tabela durante o dia, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam o pregão desta terça-feira (3) com leve baixa ainda repercutindo o financeiro e as informações otimistas em relação à safra 2016/17 do Brasil, que começou a ser colhida há poucos dias nas principais regiões produtoras. Com isso, os vencimentos mais próximos ficaram abaixo do patamar de US$ 1,20 por libra-peso.
O maio/16 encerrou a sessão de hoje cotado a 118,60 cents/lb com queda de 50 pontos e o julho/16 teve 119,25 cents/lb com 40 pontos de baixa. Já o contrato setembro/16 registrou 121,15 cents/lb com recuo de 35 pontos, enquanto o dezembro/16, mais distante, registrou 123,75 cents/lb com 25 pontos negativos.
Após iniciar o pregão do lado azul da tabela em ajustes ante a queda de quase 200 pontos da véspera, o mercado externo do café arábica voltou a repercutir os mesmos fatores motivadores da baixa da sessão anterior, principalmente, o câmbio, que impacta diretamente nas exportações da commodity pelo Brasil.
No fim da manhã, o dólar comercial chegou a avançar 2,5% e voltou a se aproximar do patamar de R$ 3,60 repercutindo a piora do cenário externo e a maior aversão ao risco nos mercados emergentes, após dados ruins sobre a China. A moeda estrangeira fechou o dia cotada a R$ 3,5712 na venda com avanço de 2,33%. O dólar mais alto em relação ao real acaba dando maior competitividade às exportações da commodity.
Além disso, o petróleo chegou a recuar mais de 2% nesta terça, cotado a US$ 43 o barril. Normalmente, o ativo no vermelho também acaba puxando as commodities agrícolas para baixo.
Repercutindo as oscilações do câmbio nos últimos dias, as exportações de café do Brasil tiveram em abril o pior nível dos últimos quatro meses com 2,23 milhões de sacas de 60 kg e receita de US$ 325,5 milhões. Os dados foram divulgados na segunda-feira (2) pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Apesar da baixa no café e do dia tenso nos mercados globais, como um todo, o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, acredita que a commodity não sofreu tanto com as variáveis financeiras, como outros mercados. "O negócio café tem seus próprios princípios e diretrizes e desta forma, o impacto não foi tão grande que derrubasse as cotações", explica.
Informações de agências internacionais ainda dão conta que os investidores externos permanecem animados com a safra 2016/17 do Brasil, estimada por entidades privadas acima de 50 milhões de sacas, e isso também acaba atuando como um fator de pressão para as cotações.
De acordo com estimativa da consultoria Safras & Mercado, a produção de café do país na safra 2016/17 deve totalizar 56,4 milhões de sacas de 60 kg. Levando esse número em consideração, os produtores brasileiros já comprometeram cerca de 11 milhões de sacas da safra nova, ou 20% da produção esperada.
Segundo o analista de mercado da Safras, Gil Carlos Barabach, esse número mostra que a comercialização está mais adiantada neste ano. "Normalmente, as vendas antecipadas começam mais ativamente neste mês de maio. No entanto, devemos entrar na nova safra com cerca de 20% a 25% do café já comercializado", afirma.
Mercado interno
O mercado físico brasileiro continua com poucos negócios, os produtores estão mais atentos à colheita e não se animam para voltar às praças de comercialização pelos atuais patamares. "Os preços têm se mantido sustentados e deixando a sensação no ar de que deverão continuar neste ritmo independente das volatilidades do dólar e bolsa", explica Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 530,00 a saca e alta de 3,92%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 510,00 a saca e valorização da de 2%. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 476,00 e queda de 2,06%.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 490,00 a saca e queda de 3,92%. Foi a maior variação no dia dentre as praças.
Na segunda-feira (2), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 451,72 com alta de 0,35%.
Bolsa de Londres
Após o feriado "May Day", a Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, para o café robusta fechou em baixa nesta terça-feira. O contrato maio/16 registrou US$ 1547,00 por tonelada com recuo de US$ 9, o julho/16 teve US$ 1576,00 por tonelada e baixa de US$ 12, enquanto o setembro/16 anotou US$ 1598,00 por tonelada e desvalorização de US$ 9.
Na segunda-feira (28), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 379,71 com baixa de 0,40%.
Fonte: Notícias Agrícolas

Fonte: Canal do Produtor



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