As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com alta próxima de 100 pontos nesta manhã de segunda-feira (6) e estendem os ganhos da sessão anterior. O mercado repercute as incertezas em relação à colheita da safra 2016/17 do Brasil, impactada pelas chuvas nos últimos dias nas principais regiões produtoras, mas também realiza ajustes técnicos.
Por volta das 09h21, o contrato julho/16 estava cotado a 127,90 cents/lb com 80 pontos de alta, o setembro/16 tinha 129,75 cents/lb com 70 pontos positivos. Já o vencimento dezembro/16 operava com 132,45 cents/lb e 90 pontos de avanço, enquanto o março/17 registrava 135,20 cents/lb com 100 pontos de valorização.
Veja como fechou o mercado na sexta-feira:
Café: Com chuvas atrapalhando colheita no Brasil, Bolsa de NY encerra semana com alta acumulada de quase 5%
Após fecharem a semana passada com leve queda, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) registraram nos últimos cinco dias alta acumulada de 4,78% no vencimento julho/16, referência de mercado, saindo de 121,30 cents/lb na última sexta-feira para 127,10 cents/lb hoje (3). O mercado repercute as incertezas sobre a colheita no Brasil, com as recentes chuvas, mas também realiza ajustes técnicos e sente a pressão do câmbio – que impacta nas exportações da commodity.
No balanço mensal de maio, os preços do café arábica na ICE ficaram praticamente estáveis. No último dia de abril, o julho/16 fechou a 121,50 cents/lb e terminou maio a 121,55 cents/lb, uma alta de 0,04%.
A alta do mercado nesta sexta-feira foi fundamental para que as cotações tivessem expressiva valorização acumulada nesta semana. Os principais vencimentos tiveram avanço de cerca de 400 pontos e já estão próximos do patamar de US$ 1,30 por libra-peso, após ficarem ao longo da semana oscilando na casa de US$ 1,25/lb.
O vencimento julho/16 encerrou a sessão de hoje cotado a 127,10 cents/lb com alta de 410 pontos, o setembro/16 anotou 129,05 cents/lb com avanço de 405 pontos. O contrato dezembro/16 fechou a sessão cotado a 131,55 cents/lb e o março/16 registrou 134,20 cents/lb, ambos com 400 pontos de valorização.
De acordo com o analista da Origem Corretora, Anilton Machado, os operadores no terminal externo estão bastante atentos às condições das lavouras no Brasil, ainda assim, alguns fatores técnicos também permeiam o mercado. "As cotações nos últimos dias demonstraram resistência acima de US$ 1,20/lb e isso favorece uma reversão de tendência", explica.
As principais regiões produtoras de café do Brasil têm recebido bons volumes de chuva nos últimos dias e isso acaba repercutindo negativamente em Nova York. "Neste momento de colheita, essas precipitações atrasam os trabalhos no campo e podem prejudicam a qualidade do café já colhido pelos produtores", afirma Machado. A maior umidade nos grãos favorece a proliferação de microrganismos.
De acordo com o boletim diário do agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antonio dos Santos, na segunda-feira, os principais relatos de excesso de chuvas vêm cafeicultores do norte do Paraná e Sul de São Paulo. Mapas climáticos mostram que áreas de instabilidade devem continuar levando chuvas fortes sobre o Norte do Paraná, São Paulo e Sul de Minas Gerais até pelo menos a próxima quarta-feira.
De acordo com a Safras & Mercado, até dia 1º, a colheita da temporada 2016/17 estava indicada em 21%. Tomando por base a última estimativa da consultoria para a produção do Brasil, de 56,4 milhões de sacas de 60 kg, é apontado que foram colhidas 11,65 milhões de sacas.
Apesar das principais estimativas apontarem a safra brasileira em cerca de 50 milhões de sacas, analistas acreditam que o volume não será suficiente para recompor os estoques do país. "A produção deve abastecer o mercado, mas não terá excedente", pondera Machado.
Já estimativas internacionais apontam para excedente global. A consultoria CoffeeNetwork projeta 3,8 milhões de sacas acima da demanda, ante um déficit de 0,6 milhões em 2015/16.
"À medida que a safra do Brasil 2016/17 (julho/junho) se aproxima, e com as floradas já ocorridas ao redor do mundo para as colheitas de 2016/17… a CoffeeNetwork ainda acredita que o nível de produção de 2016/17 irá superar a demanda global", disse a empresa à Reuters.
Já a Olam International, sem dar números concretos, informou à Reuters que o déficit no mercado de café, que já dura três anos, deverá acabar neste ano.
O presidente da Companhia cita à agência que isso "irá segurar os preços no curto prazo, mas um consumo em expansão deverá sustentar as cotações em um horizonte mais longo".
O câmbio não exerceu tanta influência no mercado nesta semana, como nos últimos dias. No entanto, nesta sexta-feira, acabou dando suporte aos preços. O dólar comercial encerrou o dia com queda de 1,74%, cotado a R$ 3,5249 na venda. A moeda estrangeira menos valorizada em relação ao real desencoraja as exportações da commodity.
Em maio, as exportações de café do Brasil totalizaram 2,17 milhões de sacas, com receita de US$ 314,6 milhões. Comparando com os embarques de abril, que foram de no mês passado uma queda de 2,69% no volume exportado e recuo de 3,35% na receita.
Mercado interno
Após dias de poucos negócios nas praças de comercialização do Brasil e os produtores mais atentos aos trabalhos de colheita, algumas transações voltaram a ser vistas com mais força no mercado físico brasileiro. "Para quem está iniciando a colheita, este é um bom momento para fazer negócios. Neste cenário, não acredito que os preços fiquem muito acima de R$ 480,00 a saca", afirma Anilton Machado.
Em maio, com a nova safra no mercado, os preços internos dos tipos mais negociados registraram queda e os produtores ficaram reticentes em fechar negócios e preferiram esperar melhores patamares de preço.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Guaxupé (MG) com R$ 540,00 a saca e alta de 1,50%. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,98% e saca a R$ 516,00.
Da sexta-feira passada para hoje, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Guaxupé (MG) com alta de R$ 17,00 (3,25%), saindo de R$ 523,00 para R$ 540,00 a saca.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 538,00 a saca e avanço de 1,51%. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com valorização de 2,10% e saca a R$ 486,00.
Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Guaxupé (MG), que tinha saca cotada a R$ 521,00, mas subiu R$ 10,00 (3,26%) e agora vale R$ 538,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 500,00 a saca, respectivamente, queda de 2,04% e alta de 4,17%. FOi a maior variação no dia.
A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 duro foi registrada em Guaxupé (MG), por lá a saca estava cotada a R$ 471,00 na sexta-feira passada, mas teve valorização de R$ 17,00 (3,61%) e agora está em R$ 488,00.
Na quinta-feira (2), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 460,72 com alta de 0,56%.
Bolsa de Londres
A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fechou a sessão desta sexta-feira com alta próxima de US$ 10. O contrato julho/16 anotou US$ 1642,00 por tonelada e alta de US$ 10, o setembro/16 teve US$ 1670,00 por tonelada com avanço de US$ 14 e o novembro/16 anotou US$ 1683,00 por tonelada com valorização de US$ 15.
Na quinta-feira (2), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 387,94 com queda de 0,39%.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor