As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) esboçam alta acima de 100 pontos nos principais vencimentos nesta manhã de segunda-feira (11) e estendem os ganhos da sessão anterior. O mercado tem suporte do câmbio e de indicadores técnicos. Na semana passada, os futuros esboçaram fraqueza técnica na ICE ao testarem preços acima de US$ 1,30 por libra-peso.
Por volta das 09h26, o vencimento maio/16 tinha 120,90 cents/lb com alta de 45 pontos, o julho/16 operava com 122,90 cents/lb e avanço de 35 pontos. O contrato setembro/16 registrava 124,70 cents/lb com valorização de 40 pontos, enquanto o dezembro/16 anotava 127,00 cents/lb com 50 pontos positivos.
Veja como fechou o mercado na sexta-feira:
Café: Bolsa de Nova York esboça recuperação, mas cotações fecham semana com perdas acima de 5%
Com o câmbio exercendo forte influência sobre os preços e o mercado caindo abaixo de US$ 1,20 por libra-peso, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam esta semana com queda de 5,34% no vencimento referência maio/16. Além disso, os operadores voltaram a ficar mais otimistas em relação à safra 2016/17 do Brasil, com estimativas apontando colheita em cerca de 50 milhões de sacas. A valorização dos futuros nesta sexta-feira, no entanto, fez com que as perdas acumuladas na semana reduzissem um pouco.
Os lotes com vencimento para maio/16 encerraram a sessão de hoje cotados a 120,45 cents/lb com alta de 65 pontos e o julho/16 registrou 122,55 cents/lb com avanço de 60 pontos. Já o contrato setembro/16 fechou o pregão de hoje a 124,30 cents/lb com 55 pontos positivos e o dezembro/16 anotou 126,50 cents/lb com 60 pontos de valorização.
A moeda norte-americana caiu 2,63% nesta sexta-feira, vendida a R$ 3,5965 e deu suporte aos preços externos do arábica. O dólar menos valorizado em relação ao real acaba desencorajando as exportações da commodity. Os investidores repercutem as novidades no cenário político do Brasil e a recuperação dos mercados externos. No entanto, durante a semana a moeda estrangeira cumulou alta de 0,95%.
O analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães, acredita que o fechamento positivo, tanto em Nova York quanto em Londres nesta sexta-feira, é interessante para o mercado no aspecto técnico e fundamental. "Para a próxima semana espero um comportamento mercadológico parecido. Fora algum fato novo, o mercado já está alinhado a suas possibilidades de curto prazo", explica.
Durante a semana, além da influência do câmbio, os investidores também passaram a repercutir informações mais otimistas em relação à safra atual do Brasil. Além disso, os embarques de março – acima dos últimos meses – deram a confiança que o mercado precisava. Os operadores acreditam que o Brasil ainda tem produção em estoque para abastecer o mercado.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou na quinta-feira (7) que a produção de café do Brasil na safra 2016/17 pode alcançar 50,2 milhões de sacas, um aumento de 13,8% em relação ao ano anterior. Desse total 39,2 milhões de sacas são de arábica e 11 milhões de sacas de robusta. A projeção foi revisada para cima, uma vez que no mês passado o Instituto esperava colheita de 49,7 milhões de sacas.
No Brasil, o clima continua beneficiando os cafezais e a possibilidade de colheita antecipada continua. Na Colômbia, as chuvas começaram a voltar no Centro e Sul do país e precisam continuar para não prejudicar a safra-principal. Enquanto isso, no Vietnã, os comentários de perdas ganham cada vez mais força. Entretanto, o período de chuvas de normalmente é iniciado no fim de abril.
"A expectativa de safra alta no Brasil e os embarques recentes dão certa confiança para os investidores. Diante desse cenário, os grandes grupos na bolsa sempre se aproveitam e pressionam os preços", afirmou ontem o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes.
Em março, as exportações brasileiras de café (22 dias úteis) totalizaram 2,77 milhões de sacas de 60 kg, com receita de R$ 405,9 milhões. O volume representa uma alta de quase 4% em relação a fevereiro (19 dias úteis). O balanço divulgado na sexta-feira (1º) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Mercado interno
Os negócios nas praças de comercialização do Brasil foram baixos nesta semana. O dólar mais alto até acabou ajudando as cotações durante a semana, mas elas ainda estão distantes do desejo do produtor. Acompanhando o terminal externo, os preços do café do lado interno tiveram mais uma semana de queda. "O setor produtivo não aparece e nem se intimida com facilidade com as volatilidades externas e deixam boa parte dos envolvidos atônitos. Pelo que se nota, o café da safra nova só deverá ter algum volume ofertado de maio em diante", explica Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 540,00 a saca – estável. A maior oscilação ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 1,86% e saca cotada a R$ 528,00.
Da sexta-feira passada para hoje, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Varginha (MG) com queda de R$ 20,00 (-3,70%), saindo de R$ 540,00 para R$ 520,00 a saca.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 539,00 a saca e recuo de 1,82%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 4 foi registrada em Varginha (MG), por lá a saca estava cotada a R$ 515,00 na sexta-feira passada, mas teve desvalorização de R$ 10,00 (-1,94%), e agora está em R$ 505,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Araguari (MG) e Varginha (MG) com R$ 500,00 a saca, alta de 2,04% na primeira e preço estável na segunda. A maior oscilação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) que registrou queda de 2,04% e tem saca cotada a R$ 480,00 e em Araguari (MG).
Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Franca (SP), que tinha saca cotada a R$ 500,00, mas caiu R$ 20,00 (-4%) e agora vale R$ 480,00.
Na quinta-feira (7), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 473,11 com alta de 0,28%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam em alta nesta sexta-feira e estenderam os ganhos da sessão anterior. O mercado acompanha atentamente o desenvolvimento da safra brasileira, que foi impactada pela seca no ano passado no Espírito Santo.
O contrato maio/16 registrou US$ 1515,00 por tonelada com alta de US$ 19, o julho/16 teve US$ 1545,00 por tonelada e avanço de US$ 17, enquanto o julho/16 anotou US$ 1561,00 por tonelada e valorização de US$ 13.
Na quinta-feira (7), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 382,16 com alta de 0,59%.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor