O aumento do preço mínimo pago ao produtor, o financiamento para construção de estruturas de armazenamento e a regionalização do plantio do trigo estão entre as principais propostas discutidas e aprovadas pela Câmara Setorial de Cereais de Inverno do Paraná e que serão encaminhadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento nos próximos dias.
O diretor do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Francisco Carlos Simioni, conta que foram apresentadas mais de 40 propostas para estimular o plantio do trigo no Paraná, manter o abastecimento do grão e gerar mais competitividade para a cultura, que vem perdendo área para o milho.
- Entre as propostas está criação de um plano bianual para os cereais de inverno, por parte do governo federal, que ajudará o agricultor no planejamento da lavoura – destaca Simioni.
Participaram da reunião da Câmara Setorial, realizada no dia 28, representantes de todos os segmentos da cadeia produtiva do trigo, do Sindtrigo, Apasem, Emater, Seab, Faep, Ocepar, Tecpar.
- É preciso haver uma sintonia entre todos os elos da cadeia produtiva, para garantir uma boa produtividade e a manutenção dos produtores na atividade – diz Ivo Carlos Arnts Filho, presidente da Câmara Setorial.
VARIEDADE CERTA - Para Ivo Carlos, é fundamental a regionalização do plantio do trigo para atender melhor às necessidades da indústria, devido às especificidades no uso do grão.
- Diferente de outros cereais, para cada tipo de produto industrializado exige-se uma variedade específica – explica ele.
O desejo do consumidor e o da indústria são duas questões que precisam ser consideradas na hora de o produtor escolher a variedade que vai plantar.
- É preciso haver este diálogo entre o produtor e a indústria para garantir também a comercialização – explica Ivo Carlos.
Segundo a Câmara Setorial, no Paraná cultiva-se um número muito grande de variedades, o que atrapalha na hora da armazenagem.
- Temos ótimas cultivares, bastante produtivas, e o produtor precisa fazer a escolha de acordo com sua finalidade – completa Ivo Carlos.
Um outro gargalo enfrentado no setor é a falta de armazéns nas regiões produtoras. Por isso, a câmara pede que a construção de novos espaços seja fomentada.
SAFRA ANUAL - A safra de 2016 está com mais de 3/4 da área colhida, devendo encerrar essa fase até dezembro. A produção paranaense deverá alcançar 3,27 milhões de toneladas e 30% já foram comercializados. O engenheiro agrônomo do Deral Carlos Hugo Godinho apresentou um panorama da cultura nos últimos anos, mostrando que embora a área de plantio tenha diminuído, a produtividade cresceu.
A colheita está revelando uma excelente produtividade no Paraná, em torno de 2.900 a 3.000 quilos por hectare, 23% acima da média do ano passado, que foi 2.500 quilos por hectare.
- A única preocupação no momento é com as últimas chuvas, que podem prejudicar a qualidade dos grãos, pois a colheita vai até dezembro – explica Godinho.
Fonte: Secretária de Agricultura PR