Uma delegação que representa a indústria de trigo dos Estados Unidos está visitando o Brasil nesta semana para avaliar com moinhos e indústrias alimentícias o potencial de aumento da demanda importadora, uma vez que uma cota de livre tarifa seja implementada, disse à Reuters nesta segunda-feira um dirigente que representa o setor.
Rubens Barbosa, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), afirmou ter se encontrado nesta segunda-feira com o chefe da US Wheat Associates, Vincent Peterson, e com o presidente-executivo da Comissão do Trigo de Kansas, Justin Gilpin, para discutir o atual comércio de trigo entre EUA e Brasil.
A delegação dos EUA, que inclui produtores de trigo e um operador da empresa norte-americana The Andersons, procura oportunidades de expandir seus negócios no Brasil, um dos principais importadores de trigo do mundo, sob uma cota de importação brasileira de 750 mil toneladas livre de tarifa para compras fora do Mercosul.
“Eles sabem que o Brasil continuará a importar volumes significativos nos próximos anos, e eles querem ampliar sua participação no mercado”, disse Barbosa.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou a cota de livre tarifa durante sua visita aos EUA no mês passado. Ela também se aplicará a outros fornecedores, como a Rússia.
Barbosa afirmou que a Abitrigo apoia a cota de importação, à medida que dará à indústria acesso a mais fornecedores a menores preços.
Uma data não foi estabelecida para a implementação, mas o governo está trabalhando no tópico, acrescentou ele.
Barbosa disse ainda que os EUA respondem atualmente por cerca de 8 por cento das importações brasileiras de trigo.
Os moinhos brasileiros compram cerca de 6 milhões de toneladas de trigo por ano, uma quantidade que varia dependendo da produção da safra local. A maior parte das importações vem da Argentina, que se beneficia de tarifa zero por ser membro do Mercosul.
Fonte: Reuters