Em meio a um ano bastante chuvoso no sul do país, os casos de ferrugem asiática nas lavouras comerciais da safra 2015/16 estão ocorrendo mais cedo em comparação à temporada passada. De acordo com dados do Consórcio Antiferrugem, de junho a novembro foram detectados 20 focos da doença em todo o país.
Os relatos de ferrugem voluntárias e comerciais desde o início de ano safra somam 77 casos no Brasil, sendo 31 no Rio Grande do Sul, 23 no Paraná e 11 em São Paulo. No caso das lavouras comerciais, o primeiro registro da doença foi detectado em setembro no município de Itaberá (SP), enquanto que na safra passada, a ferrugem ocorreu em lavouras comerciais apenas no mês de novembro.
Segundo o pesquisador da Embrapa Soja, Rafael Moreira Soares, neste mesmo período de 2014 os registros de ferrugem em áreas comerciais era de apenas 5 casos. Neste ano, além de aparecer antecipadamente, os registros dobraram em poucos meses.
O Estado com o maior número de relatos é o Paraná, com 10 casos em áreas comerciais de um total de 23. Em seguida temos São Paulo com 8 registros até o final de novembro.
“O inverno menos rigoroso, aliado a falta de controle, favoreceu também o desenvolvimento de sojas guaxas, por isso temos um volume maior neste inicio de safra”, explica Soares ressaltando que esse é um período que deveria ser de ausência total de soja nos campos, justamente por questões sanitárias.
Ainda assim, o pesquisador alerta para a necessidade de o produtor ter atenção redobrada quanto a novos casos nesta safra devido à presença do fenômeno climático El Niño que está levando chuvas acima da média para o sul do país.
Segundo Soares, quanto antes é identificada a ocorrência da ferrugem, mais cedo deve se iniciar as aplicações de fungicidas. De qualquer forma, o pesquisador recomenda que não haja excesso de pulverizações para não intensificar as populações resistentes.
“Os produtos não são 100% eficientes e a tendência é que a doença continue a evoluir, por isso os produtores devem ficar atentos. A expectativa é que a ferrugem venha com grande força neste ano”, alerta Soares.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, ligada a ONU, a atual ocorrência do fenômeno climático El Niño deverá fortalecer-se antes de do fim do ano e tornar-se a mais forte já registrada.
O fenômeno, provocado pelo aquecimento da superfície da águas do Oceano Pacífico, já é o mais intenso em 15 anos e tem provocado mudanças climáticas em todo o país.
Fonte: Notícias Agricolas
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