Brasília (28/04/2016) – A Caatinga é frequentemente associada à seca, pobreza e pouca biodiversidade, mas ao contrário do que se pensa, esse bioma confere valores biológicos e econômicos significativos para o país. A “floresta branca”, como é chamada em tupi-guarani, evita a emissão do gás carbônico (CO2), conserva a água e o solo e é fonte de matérias primas como frutos silvestres, forragem, fibras e plantas medicinais. A principal atividade econômica desenvolvida no ecossistema é a agropecuária. No Dia Nacional da Caatinga, comemorado nesta quinta-feira, 28 de abril, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) destaca a importância deste ecossistema, único bioma exclusivamente brasileiro.
E como forma de promover a sustentabilidade no meio rural, a CNA, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), criou o Projeto Biomas, nos seis biomas brasileiros (Pampa, Pantanal, Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga). O objetivo é realizar, por meio da pesquisa, a inserção de espécies de árvores na propriedade rural, a fim de garantir sua diversificação, assim como atender exigências da legislação ambiental em relação aos produtores.
De acordo com a coordenadora do projeto, Cláudia Rabello, ambas as instituições estão empenhadas em promover o desenvolvimento rural sustentável, bem como uma maior harmonia entre os sistemas de produção e os de preservação, o que justificou a parceria, em 2010, da qual resultou o Projeto Biomas.
Cláudia explica que, no caso da Caatinga, a área de pesquisa do projeto, iniciado em 2012, está instalada na Fazenda Triunfo, no município de Ibaretama (CE). Atualmente o Projeto Bioma Caatinga conta com: 86 pesquisadores de 14 instituições envolvidos nas pesquisas; 12 projetos e mais 5 em fase de implantação; 5 mil árvores plantadas de 37 espécies. “Há estimativas de que, ao final do projeto, 19,5 mil árvores terão sido plantadas no âmbito dos 17 projetos de pesquisa”.
Sobre a Caatinga – Abrangendo 11% do território nacional, o bioma ocupa uma área de 844.453 Km² e é encontrado em todos os estados do Nordeste brasileiro e em parte de Minas Gerais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), 27 milhões de pessoas vivem atualmente no polígono das secas, (porção do território nacional com baixa incidência de chuvas).
Homenagem – Em 20 de agosto de 2003, o decreto federal publicado no Diário Oficial da União instituiu o Dia Nacional da Caatinga, a ser comemorado no dia 28 de abril de cada ano. A data homenageia o professor João Vasconcelos Sobrinho (1908/1989), pioneiro na área de estudos ambientais no Brasil.
Conheça abaixo um pouco mais sobre o Projeto Bioma Caatinga:
O texto foi elaborado pela Assessoria de Comunicação da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC).
Wellington Ribeiro Gomes, filho do proprietário da fazenda Triunfo, onde é realizado o Projeto Bioma Caatinga
O Projeto Bioma Caatinga está situado em uma área de 30 hectares, na fazenda Triunfo, no município de Ibaretama, estado do Ceará, distante 150 quilômetros da capital. Segundo Wellington Ribeiro Gomes, filho do proprietário, “o Projeto é muito interessante, pois traz coisas novas que o povo do sertão não conhecia, principalmente, na manutenção das árvores, no manejo com a criação de caprinos e no uso da palha de carnaúba como adubo”, salienta.
Dia de Campo - No próximo dia 26 de maio, está prevista uma visita dos alunos do Instituto Federal de Educação do Ceará (IFCE), do município de Maracanaú, ao Projeto. E no mês de junho, a FAEC, em conjunto com o Sindicato dos Produtores Rurais de Ibaretama, irá promover um Dia de Campo que contará com a participação de produtores, técnicos de diversos órgãos ligados à agropecuária e pesquisadores do Projeto Bioma Caatinga. Na ocasião, serão apresentados os resultados parciais já atingidos.
Sobre o Projeto Biomas – Iniciado em 2010, o projeto é fruto de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com a participação de mais de quatrocentos pesquisadores e professores de diferentes instituições, em um prazo de nove anos. Os estudos estão sendo desenvolvidos para viabilizar soluções com árvores para a proteção, recuperação e o uso sustentável de propriedades rurais nos diferentes biomas brasileiros. O Projeto Biomas tem o apoio do SENAR, SEBRAE, Monsanto, John Deere e BNDES.
Na Caatinga, o projeto conta com a parceria das seguintes instituições: Embrapa Caprinos e Ovinos, Embrapa Semiárido, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Ceará / Campus Quixadá, Universidade Estadual Vale do Aracau, Universidade Federal da Paraíba – UFPB, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará, Administração Regional do SENAR Ceará e sindicatos rurais da região.
Para saber mais, acesse o site do Projeto Biomas: www.projetobiomas.com.br
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Fonte: Canal do Produtor