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BAYER REFORÇA PESQUISAS NA ÁREA DE HORTALIÇAS

A multinacional alemã Bayer anunciou nesta terça-feira (1/8) um reforço das suas operações de melhoramento genético na área de hortaliças para o Brasil e a América Latina. A empresa inaugurou oficialmente, em Uberlândia (MG), uma unidade de pesquisa para o segmento. Executivos da empresa disseram acreditar na possibilidade da participação da região nos negócios globais da divisão chamada de Vegetable Seeds passe dos 12,2% de 2016 para algo em torno de 20% em um horizonte de dez anos.

- Ainda não tive a oportunidade de conversar com meus colegas sobre isso, mas não acredito que seja impossível. Não vou confirmar isso agora, mas não está fora de questão que algo assim possa acontecer – disse o presidente global da unidade de hortaliças da Bayer, Joachim Schneider.

No ano passado, as vendas globais da Bayer na área de sementes de hortaliças foram de 428 milhões de euros. Com o atual nível de participação, a América Latina colocou 52,21 milhões de euros nessa soma.

Segundo Schneider, as taxas médias de crescimento da companhia nesse segmento em nível mundial têm variado entre 7% e 9% ao ano nos últimos anos. No entanto, a participação da empresa no mercado global ainda é relativamente pequena e tem potencial de crescimento. Dados de 2016 estimam que, em todo mundo, o mercado de sementes de hortaliças gire em torno de 3,4 bilhões de euros, também com base em dados do ano passado.

- Acredito que podemos continuar com nossos patamares médios de crescimento nos próximos anos e que o mercado em nível global deve crescer a um ritmo um pouco menor, entre 4% e 6% – estimou Schneider.

Em 2016, o faturamento total da Bayer só no Brasil foi equivalente a R$ 8,3 bilhões. Desse total, 76% vieram da divisão Crop Science, que está subordinada à Vegetable Seeds. Outros 2% vieram de saúde animal. O restante foi dividido entre fármacos (medicamentos prescritos) e medicamentos isentos de prescrição médica, como pomadas pra pele e protetores solares.

O Brasil é o quinto mercado mais importante para a multinacional em escala global, atrás de Estados Unidos, Alemanha, China e Japão.

A sede global da Bayer Vegetable Seeds fica na Holanda. Do país europeu, é comandada uma operação distribuída por 45 países. Em nível global, são 26 estações e dois centros de pesquisa. Na América Latina, o desenvolvimento é feito no México, Chile e no Brasil.

As pesquisas da unidade de hortaliças começaram a ser feitas no mercado brasileiro em 2001. Na época, eram concentradas em uma área de quatro hectares na planta de defensivos de Paulínia (SP).

A transferência para Uberlândia começou a ser consolidada em 2011, até chegar à estrutura atual. Hoje, em uma área de 41 hectares, estão campos experimentais de tomates, cebolas e melancias, além de laboratórios de fitopatologia e de melhoramento genético. O local dever também plataforma de desenvolvimento de cenoura, melão e algumas folhosas.

- Essa unidade tem a capacidade de desenvolver variedades a partir do processamento de cerca de 800 linhagens – explicou o chefe de pesquisa da divisão de hortaliças para a América Latina, Ailton Ribeiro.

O executivo afirmou ainda que a empresa vai trabalhar, prioritariamente, com seu próprio germoplasma, seja o já existente no Brasil, seja com ativos remanejados de outras unidades de pesquisa pelo mundo. Mas, futuramente, parcerias não estão descartadas.

- Um dos focos do trabalho na região tropical é a resistência a pragas e doenças. Esse é um dos gargalos principais. Está nas nossas metas também desenvolver variedades que favoreçam a colheita mecanizada – disse.

A Bayer não informa o volume de recursos investido na nova infraestrutura em Uberlândia. Os executivos dizem apenas que a unidade inaugurada oficialmente nesta terça-feira será a principal plataforma de desenvolvimento para o mercado latino-americano.

Mas o próprio Brasil é visto como um local com bastante espaço de crescimento. Segundo dafos apresentados pela empresa, o valor do mercado nacional de sementes de hortaliças é de R$ 800 milhões, com base em 2016. Entre 2013 e 2016, o crescimento médio das vendas desse insumo foi de 12,2% ao ano.

- A expectativa é do Brasil manter esses níveis de crescimento nos próximos anos. O Brasil é maior que a soma de todos os mercados na América do Sul, mesmo com um consumo per capita menor que países como Argentina e Chile – disse Paulo Tomazeto, gerente nacional de vendas.

Segundo ele, a empresa deve colocar no mercado comercial novas variedades de cebola e melancia em até quatro anos. Em oito anos, devem chegar novas cultivares de cenoura. Já estão disponíveis comercialmente duas variedades de tomates.

Fonte: Globo Rural



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