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BALANÇA COMERCIAL DE US$ 6,2 BILHÕES É A MAIOR PARA DEZEMBRO DESDE 1995

As exportações brasileiras superaram as importações em US$ 6,240 bilhões no último mês do ano passado, o melhor resultado para dezembro desde 1995, quando a série histórica teve início. No acumulado de 2015, o superávit alcançou os US$ 19,681 bilhões.
A balança comercial do ano passado é a mais elevada desde 2011, quando o saldo ficou em US$ 29,793 bilhões, e bastante superior ao déficit de US$ 4 bilhões registrado em 2014. Entretanto, exportações e importações recuaram na comparação com o ano retrasado: as vendas brasileiras caíram de US$ 225,101 bilhões para US$ 191,134 bilhões enquanto que as compras baixaram de US$ 229,060 bilhões para US$ US$ 171,453 bilhões.
Mateus Andrade, consultor em comércio internacional da Barral M Jorge ressaltou o fortalecimento das vendas de manufaturados no final do ano, impulsionadas pela elevação do câmbio, e apontou a mudança como "uma tendência para 2016". Por outro lado, ele ponderou que os resultados positivos de 2015 aconteceram "principalmente por causa da queda nas importações durante o ano".
O resultado das compras no ano passado foi o menor desde 2009, quando ficou em US$ 127 722. A mesma situação aconteceu com as vendas, que tiveram o acumulado mais baixo desde 2009, quando fecharam o ano em US$ 152,994 bilhões.
A diminuição do valor de commodities, "especialmente o minério de ferro", também teve impacto importante para o resultado deste ano, lembrou o especialista.
Para 2016, a aposta é crescimento das exportações e nova queda das importações. Antônio Porto Gonçalves, professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), afirmou que "a quatro reais o dólar, o Brasil ganha competitividade e pode bater a maioria dos concorrentes no mundo". "As vendas da indústria começaram a andar com o apoio do câmbio", complementou.
As importações seguem o caminho contrário: "deve haver nova queda porque a economia vai muito mal e o câmbio está muito caro" apontou o professor da FGV.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), espera que 2016 termine com resultados mais positivos. A expectativa para o fim deste ano é de um superávit de US$ 35 bilhões.
O secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Godinho, ressaltou que "o principal desafio para 2016 é o andamento do acordo entre o Mercosul e a União Europeia" e lembrou que o Mercosul já tem oferta pronta e que a data para a troca de ofertas agora depende dos países europeus.
Sobre o resultado de 2015, Godinho destacou que foi registrado o maior volume exportado da história do comércio exterior brasileiro. Entretanto, o técnico ponderou que os preços dos produtos exportados tiveram forte queda no mesmo período.
Manufaturados
A venda de manufaturados cresceu 8,7% no mês passado ante igual período de 2014. O aumento foi puxado pela venda de plataforma para extração de petróleo, por US$ 818 milhões, e de tubos flexíveis de ferro e aço (US$ 217 milhões).
Entretanto, as vendas de produtos básicos (-15,3%) e semifaturados (-1,8%) diminuíram. Entre as commodities, os principais decréscimos foram: petróleo bruto (-39,4%, para US$ 876 milhões), minério de ferro (-36%, para US$ 1,3 bilhão) e café (-27,8%, para US$ 450 milhões).
Em situação oposta, foram registrados acréscimos na venda de produtos básicos como soja em grão (+282,9%, para US$ 282 milhões), milho em grão (+67%, para US$ 1 bilhão) e algodão (+24,5%, para US$ 228 milhões).
O MDIC registra ainda que decresceram as vendas para o Mercosul (-25,5%) com uma queda de 11,8% para a Argentina por conta dos automóveis e autopeças. O Brasil vendeu 24,8% menos para a Europa Ocidental, 15,7% menos para a África e 10,8% a menos para os Estados Unidos.
Pelo lado das importações, decresceram as compras de combustíveis e lubrificantes (-61,9%), bens de consumo (-40%), matérias-primas e intermediários (-31,6%) e bens de capital (-29,3%).
O ministério esclareceu que a retração de combustíveis e lubrificantes ocorreu pela diminuição dos preços de petróleo, carvão, gás natural, óleos combustíveis, gasolina e nafta.
Entre os bens de consumo, as principais quedas foram identificadas nas importações de automóveis de passageiros e partes, máquinas e aparelhos de uso doméstico, móveis, partes e peças para bens de consumo duráveis.
Em comparação com dezembro de 2014, o Brasil importou 55,6% menos da África, por conta de quedas para petróleo bruto, naftas e carvão, e 45,8% menos da Ásia, com um decréscimo de 43,2% de compras da China.
Em queda
Na comparação entre os resultados dos anos passado e retrasado, houve retração nas exportações de produtos básicos, motivada pelos embarques menores de minério de ferro (-44,8%), petróleo em bruto (-27,1%), carne bovina (-18,5%), carne suína (-18,2%) e farelo de soja (-15,9%).
No grupo dos manufaturados, a queda foi puxada pelos óleos combustíveis (-61,8%), máquinas para terraplenagem (-30,1%) e motores e geradores (-18,3%). A retração dos semimanufaturados, por sua vez, foi influenciada por uma queda nos embarques de ferro fundido (-24,2%), couros e peles (-22,2%) e de açúcar em bruto (-19,8%).
Pelo lado das importações, os destaques estão na retração de 44,3% nas compras de combustíveis e lubrificantes, de 20,2% de bens de capital, de 20,2% das matérias-primas e intermediários, além de um recuo de 19,6% das compras de bens de consumo.
Fonte: DCI

Fonte: Canal do Produtor



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