Nesta segunda-feira (05), o Brasil Rural entrevista o pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEN), Marcos Djun Barbosa Watanabe. Ele falou do projeto SUCRE (Sugarcane Renewable Electricity) sobre a bioeletricidade gerada a partir da palha e do bagaço de cana-de-açucar.
O Projeto SUCRE, desenvolvido pelo CTBE – Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol – tem como objetivo principal aumentar a produção de eletricidade com baixa emissão de gases de efeito estufa na indústria de cana-de-açúcar, por meio da palha gerada durante a colheita da cultura.
“O benefício ambiental dessa fonte (biomassa) é ainda maior. O que acontece é que dentro das avaliações que a gente faz no projeto, a gente compara muito a eletricidade gerada a partir da biomassa de cana com fontes que são um pouco mais poluentes, que são fontes fósseis, por exemplo, a eletricidade que é produzida a partir do gás natural. Quando a gente compara a eletricidade de biomassa com a do gás natural, os estudos que a gente tem feito mostram que a redução na emissão de gases de efeito estufa pode ser até 8 vezes menor”, esclarece Marcos Djun.
O pesquisador explica que a geração de energia começa após a cana passar pelo processo de esmagamento e que a sobra vai para fornalha gerando energia elétrica. Esse processo vem desde a década de 70. Ele acrescenta ainda que cálculos do projeto indicam um potencial de geração de energia elétrica na casa do 100 TWh, cinco vezes do que já é produzido, do que é exportado pra rede eletríca e que poderiam suprir 80% de todo consumo de energía do país.
Fonte: União dos Produtores de Bioenergia