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AVICULTURA

A partir dos números mensais da APINCO é possível concluir que o número de cabeças de frango abatidas em 2017 (pintos alojados com viabilidade média de 96% e abate com, também em média, 42 dias de idade) recuou cerca de 3,5% em 2017.

No entanto, pelas projeções da própria APINCO, o volume produzido de carne de frango, embora igualmente inferior ao de 2016, recuou 2,7% – quase um ponto percentual a menos que a redução apontada no número de cabeças abatidas. Ou seja: fez-se mais carne com menor número de cabeças, o que, em suma, significa aumento de produtividade.

Porém, a produtividade obtida foi maior que a apontada nessas projeções – diz o mercado. E, no decorrer de 2017, o AviSite fez, mais de uma vez, menção a isso.

Consultada, a APINCO concorda: diz que, ainda no primeiro semestre, nos contatos com o mercado, detectou elevação significativa de peso nos frangos abatidos pelo setor. Isto sem contar que os exportadores reduziram sensivelmente a produção de “grillers” – decisão que, ao eliminar o abate precoce, redunda em aumento de peso dessas aves. Ou seja: um frango que, originalmente, teria, abatido, peso máximo de três libras (1,360 kg) passa a pesar, no mínimo, 1 kg a mais.

A APINCO explica que, embora essas mudanças tenham sido confirmadas no decorrer de 2017, preferiu “não mudar as regras no meio do campeonato” – manteve suas projeções dentro dos parâmetros anteriores, ainda que constatasse estarem defasados. Mas irá atualizá-los em 2018, aplicando os novos padrões retroativamente aos dados de 2017.

Em suma, a adoção de padrões mais realistas para a projeção da produção de carne de frango deve resultar na constatação de que o volume produzido em 2017 foi bem maior que o apontado a partir dos parâmetros anteriores. O que não muda é o número de cabeças abatidas – o que reforça ainda mais a tese de que a indústria do frango vem produzindo mais com menos.

Mas a questão não se esgota aí. Embora não estejam disponíveis dados oficiais a respeito, há indicações de que o plantel reprodutor de frangos (matrizes de corte) alojado no decorrer de 2017 manteve-se no mesmo nível observado em 2016. E se isso realmente ocorreu, será o quarto ano consecutivo de estabilidade no plantel base da produção de carne de frango.

Ou seja: produz-se mais carne de frango não apenas com menos pintos comerciais, mas também com menos reprodutoras. O que – esclareça-se – é ocorrência praticamente inédita, pois, quase invariavelmente, a avicultura de corte tem operado com altos níveis de ociosidade .

Fonte: Avisite



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