A alta do dólar frente ao Real vem favorecendo as exportações brasileiras de ovos in natura e processados. Há cinco meses, os embarques têm consecutivos aumentos. Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, o bom desempenho das vendas externas ocorre num momento de baixa oferta interna, o que tem mantido elevados os preços no Brasil. Em Bastos (SP), principal região produtora do País, o preço médio do ovo extra branco está 48,5% superior ao de um ano atrás, em termos nominais.
De janeiro a outubro, foram exportadas 14,6 mil toneladas de ovo (in natura e processado), forte aumento de 74% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, segundo dados da Secex. Só em outubro, foram exportadas 3,14 mil toneladas, 77,4% mais que em out/14. Foi o maior volume mensal desde janeiro de 2012. Na comparação com maio, quando foi registrada a menor quantidade embarcada de 2015, apenas 481 toneladas, as exportações de outubro cresceram expressivas 6,5 vezes.
O principal destino são os Emirados Árabes, participando com 73% (ou 10,7 mil toneladas) do volume total exportado nos dez primeiros meses do ano. Outro mercado que vem ganhando espaço é o japonês, que importou 968,6 toneladas de janeiro a outubro, ante apenas 93 toneladas em igual intervalo de 2014.
Em receita, os embarques brasileiros de ovos geraram US$ 18,9 milhões nos dez primeiros meses deste ano, montante 58,8% maior que o obtido em igual período de 2014. Desse total, US$ 12,4 milhões ou 65,6% foram provenientes das vendas aos Emirados Árabes. Em outubro, a renda total foi de US$ 4,3 milhões, 88% acima da registrada há um ano, ainda conforme números da Secex.
Segundo pesquisadores do Cepea, neste período do ano, as cotações domésticas tenderiam a diminuir devido à maior concorrência com o ovo caipira e ao aumento da produção, tendo em vista que as galinhas botam mais com os dias mais longos. Porém, o forte calor nos últimos meses prejudicou tanto a quantidade produzida quanto a qualidade da casca e tamanho dos ovos, ao mesmo tempo em que elevou a mortalidade de galinhas mais velhas, reduzindo a oferta.
Na parcial de novembro (até o dia 25), o preço médio dos ovos tipo extra, branco, a retirar em Bastos (SP), subiu 5,6%, com a caixa com 30 dúzias passando para R$ 66,94 no dia 25 – valorização de 48,5% frente ao ano passado (sem ser considerada a inflação do período). Para os ovos vermelhos, o aumento é de 7% ao longo do mês e de 38,6% frente a 25 de novembro do ano passado, com a caixa tendo média de R$ 73,30/cx nessa quarta-feira.
Nas negociações que incluem a entrega do produto (com frete), as altas de preços do vermelho extraacumuladas no mês beiram os 10% na Grande Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, com as médias a R$ 80,42/cx (+9,2%) e a R$ 80,34/cx (+9,6%), respectivamente. Em relação ao mesmo período de 2014, os preços estão 41,9% e 38% maiores. Colocados na Grande São Paulo, os ovos vermelhos passaram para a média de R$ 79,01/cx no dia 25, aumento de 9,1% no balanço do mês e de 41,1% no comparativo anual.
Para o ovo tipo extra, branco, colocado na Grande São Paulo, a valorização é de 5,6% na parcial do mês e de 41,7% em um ano, com a caixa com 30 dúzias passando para a média de R$ 72,56 nessa quarta. O produto colocado em Belo Horizonte encerrou o dia 25 na média de R$ 73,79/cx, e, no Rio de Janeiro, de R$ 73,78, respectivas altas de 5,9% e 6,3% no comparativo com o encerramento de outubro e de 45,2% e 41%, nesta ordem, sobre igual data do ano passado.
Gráfico 1. Evolução dos preços do ovo tipo extra, branco, nos últimos 12 meses (caixa com 30 dúzias, atacado).
Fonte: Cepea/Esalq-USP