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AUMENTO NAS EXPORTAÇÕES DA KEPLER WEBER

As exportações da Kepler Weber no primeiro trimestre de 2016 aumentaram 67%, para R$ 27,5 milhões, ante igual período de 2015, segundo informações divulgadas há pouco pela empresa, em teleconferência com analistas sobre osresultados do período de janeiro a março deste ano. O dado considera os pedidos feitos no período.

Com o aumento, a participação das exportações nas vendas da companhia aumentou para 24% do total, ante apenas 7% no primeiro trimestre do ano passado.

- O resultado nessa área se deve a vários fatores, mas o câmbio nos ajuda e também estamos redirecionando esforços da companhia para esta área – declarou o diretor vice-presidente da Kepler Weber, Olivier Colas. 

As vendas para o setor de granéis, que incluem projetos em terminais portuários do Brasil e eram apontadas no ano passado com um dos caminhos para tentar compensar a queda nas vendas de silos, não decolaram no período. Neste segmento, as vendas caíram 86%, para R$ 10,8 milhões neste primeiro trimestre, ante R$ 78,8 milhões apurados em igual período de 2015.

- O atraso nos pedidos de área de granéis se deve muito mais ao momento econômico do Brasil do que à atuação da Kepler neste mercado – afirmou o executivo.

Segundo Colas, os negócios na área se concentram em poucos pedidos, entre 15 a 30 por ano, porém, de forte impacto (e valor).

- Alguns deles estamos negociando neste primeiro trimestre – complementou.

As vendas relacionadas à reposição e serviços, outra área em relação à qual havia expectativas de aumento, registraram leve queda de 1% no primeiro trimestre, para R$ 8,6 milhões.

- As vendas na área estão estáveis, mas eu diria que esperava um pouquinho mais dessa atividade – afirmou Colas.

Vendas

O volume de vendas da Kepler Weber, líder de mercado no Brasil no setor de armazenagem, referente aos pedidos feitos no primeiro trimestre de 2016, caiu 52%, para R$ 112,8 milhões, ante R$ 235,3 milhões registrados em igual período de 2015. O setor que empurrou o resultado para baixo foi o de armazenagem, carro-chefe da companhia. As vendas de silos no período caíram 50%, para R$ 65,8 milhões, em comparação com R$ 131,2 milhões apurados no primeiro trimestre do ano passado.

- O recuo em armazenagem se deve à recessão de crédito e ao clima político-econômico do país – afirmou o diretor vice-presidente da Kepler Weber, Olivier Colas.

De acordo com o executivo, essa queda se deve especialmente ao recuo progressivo no volume de recursos com taxas de juros subsidiadas liberado pelo Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA). No Plano Safra 2016/2017, anunciado no dia 4 e maio, esse volume recuou para R$ 1,4 bilhão, ante R$ 2,4 bilhões disponibilizados no Plano Safra 2015/2016.

- O Plano Safra 2016/2017 trouxe uma redução muito forte nos recursos do PCA – disse Colas.

Em virtude de mais esta redução, a companhia vem observando a volta da maior concentração das vendas de silos no segundo semestre, algo comum até o ano de 2012, quando o programa ainda não havia sido criado. Até então, cerca de 40% das vendas eram realizadas no primeiro semestre do ano e as 60% restantes, no segundo.

- Observamos uma volta da sazonalidade antes do PCA, observada no período entre 2010 e 2012, com 40% das vendas concentradas no primeiro semestre – comentou o executivo.

Pedidos

A carteira de pedidos da Kepler Weber no primeiro trimestre deste ano recuou de forma expressiva, 61%, para R$ 131,4 milhões, ante R$ 335,4 milhões registrados em igual período do ano passado, resultado da queda no volume de vendas em quase todas as áreas de negócio da companhia (armazenagem, reposição e serviços, granéis), com exceção das exportações.

Em compensação, a companhia conseguiu elevar sua receita líquida para R$ 115,8 milhões, 7,3% acima dos R$ 107,9 milhões apurados no primeiro trimestre de 2015.

- Melhora na receita não vem de armazenagem, mas de outras linhas de negócio – afirmou o diretor vice-presidente da empresa, Olivier Colas.

A receita líquida com exportações, de acordo com apresentação da companhia durante teleconferência, aumentou 227%, para R$ 25,8 milhões, ante R$ 7,9 milhões apurados no primeiro trimestre de 2015. A receita obtida com negócios de reposição e peças, ainda que pequena, também registrou aumento expressivo, de 57%, alcançando R$ 8,03 milhões, ante R$ 5,1 milhões nos três primeiros meses de 2015. Já a receita líquida obtida com granéis caiu 16%, para R$ 5,1 milhões.

- Ficou a dever ainda nos granéis, pelos motivos que eu já expliquei – declarou Colas, referindo-se ao pequeno volume de negócios por ano fechados tradicionalmente neste segmento – entre 15 e 30 anualmente, porém de grande porte.

Colas comentou também diversos ajustes promovidos pela companhia entre 2015 e 2016 para reduzir custos. Diminuição do quadro de funcionários, de mais de 2,4 mil no fim de 2014 para cerca de 1,4 mil em março deste ano, redução de 25% no quadro gerencial da companhia, simplificação do portfólio e enxugamento do número de itens disponíveis e ajustes no quadro comercial da empresa foram algumas das medidas mencionadas pelo executivo.

- Redirecionamos esforços para as áreas de exportação, movimentação de granéis e reposição e serviços – explicou Colas.

Questionado sobre o futuro da companhia sem os recursos do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), do governo federal, o diretor vice-presidente da Kepler Weber afirmou acreditar que a iniciativa privada terá de desembolsar recursos próprios em algum momento para reduzir os custos de escoamento e recuperar a rentabilidade parcialmente perdida com a queda das cotações internacionais das commodities agrícolas, quando considerados os níveis verificados anos atrás.

- Armazenagem é uma das soluções para diminuir custo de escoamento da produção – afirmou.

Além disso, para Colas o governo federal terá, em algum momento, de voltar a criar mecanismos que facilitem o acesso do setor, incluindo pequenos e médios produtores, a recursos para investir em armazenagem.

- Não acho que existam países com tradição agrícola que não contem com uma forma ou outra de ajuda do governo. No Brasil essa ajuda vem basicamente por meio do financiamento do custeio e do investimento, em virtude das altas taxas de juros no País – disse Colas.

O executivo avaliou, ainda, que o mercado de armazenagem atual é incompatível com nível de produção de grãos brasileira, que cresce ano após ano. O retorno aos investimentos na área, contudo, não devem tomar fôlego no curto prazo.

- Não vejo como voltar a nível de mercado de armazenagem de 2013/2014 em menos de três anos – disse. 

Para ele, é preciso primeiro ajudar a matriz de armazenamento do Brasil, melhorando a infraestrutura de escoamento de grãos, criar ambiente mais propício a investimentos e haver mais investimentos com recursos próprios por parte da iniciativa privada.

Fonte: Globo Rural



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