A conservação do solo, o aumento de produtividade de grãos e a alimentação do rebanho no inverno são algumas das inúmeras preocupações do produtor rural. O Consórcio entre Milho e Plantas Forrageiras, desenvolvido nas condições regionais do Médio Paranapanema pelo IAC, pode aumentar em até 20% a produtividade da soja cultivada em sucessão à cultura do milho safrinha, além de servir de forragem para os animais na entressafra e contribuir para melhorar a qualidade do solo.
A técnica consiste em semear a braquiária na entrelinha do milho com espaçamento de 90 centímetros. A máquina semeadora-adubadora distribui simultaneamente as sementes de braquiária e milho safrinha que ficam com 45 cm de espaçamento entre si. Em lavouras de milho com espaçamento reduzido, a melhor alternativa é o uso da terceira caixa específica para as sementes de braquiária.
- A implantação do consórcio é de baixo custo. Em média, o investimento em sementes de capim-braquiária está próximo de R$ 30 por hectare – afirma o pesquisador da Pasta, que trabalha no IAC, Aildson Pereira Duarte.
Outro beneficio destacado por Duarte é o fornecimento de plantas forrageiras na entressafra para as atividades de bovino e ovinocultura nas regiões produtoras de milho safrinha.
- Ressalte-se que a braquiária é de boa qualidade porque o capim é pastejado ou ensilado no estágio vegetativo – afirma o pesquisador.
A Brachiaria ruziziensis, que é a mais indicada para o consórcio com o milho safrinha, possibilita o aumento da ciclagem de nutrientes, especialmente de potássio.
- São acumulados cerca de 25 a 30 kg de potássio (K2O) por tonelada de massa seca da parte aérea que, após a dessecação com glifosato, são rapidamente mineralizados e contribuem para a nutrição da soja cultivada em sucessão – afirma Duarte.
Na maioria dos casos, o consórcio produz pelo menos 1,5 tonelada por hectare de massa seca de capim e, consequentemente, recicla 38 kg de K2O por hectare. Além disso, a palha da Brachiaria ruziziensis aumenta a cobertura do solo e suas raízes, que são numerosas e muito ramificadas, e melhoram a estrutura do solo, resultando em maior disponibilidade de água para as plantas em estiagens moderadas.
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo