Além de beneficiar as exportações de carnes, o surto de Peste Suína Africana (PSA) na China também deve favorecer o aumento na produção de milho e soja no Brasil. A afirmação é do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz Pereira, que participou nesta terça-feira (14/5), em Xangai, durante encontro com representantes do setor agro.
“A queda de consumo de soja na China para alimentação animal deverá ser compensada com a produção de carnes de frango e suína no Brasil a serem exportadas para os chineses. A soja e o milho ganham com isso”, avaliou o presidente da Aprosoja.
De acordo com representantes do Banco Rabobank, que participaram do encontro, o problema sanitário ocorrido na China será compensado pelo consumo de frango e carne bovina. Num primeiro momento, a carne mais beneficiada com a peste suína é a de frango, que teve o preço e o consumo elevados a níveis recordes.
Segundo projeções do banco, a soja brasileira deve ser pouco afetada, principalmente, porque o consumo de oleaginosa deve crescer em 2020 e se estabilizar, além do fato de a guerra comercial com os Estados Unidos permanecer, o que favorece a soja brasileira.
O presidente da Aprosoja Brasil também questionou o representante do Rabobank sobre a possibilidade de a China elevar suas importações de milho do Brasil. Segundo o banco, essa é uma tendência atual, uma vez que os estoques internos do cereal estão em queda e, no longo prazo, o país tem limitações de área e solo para expandir sua produção. Atualmente, os chineses importam volumes do cereal da Ucrânia.
Fonte: DATAGRO