A chuva não dá trégua no Rio Grande do Sul e afeta várias culturas. O tempo não está nada bom para quem quer plantar o arroz ou colher o trigo.
Os problemas na lavoura de trigo de Airton Becker, em Cruz Alta, noroeste gaúcho, começaram no início da safra.
- Nós tivemos um plantio bastante dificultoso porque choveu muito, depois teve 50 dias praticamente sem chuvas. -
O engenheiro agrônomo da Emater, Gustavo Basso, fala sobre as diferenças nos tamanhos das espigas. Enquanto algumas estão verdes, outras já estão secas prontas para colher.
- Temos uma desuniformidade da planta, seja por causa da seca ou por causa da geada. -
Até o momento apenas 3% das lavouras folham colhidas. Em anos anteriores a Emater estima que a média era de 5% da área total de trigo colhida nessa época do ano.
Segundo a Emater, as primeiras lavouras colhidas no Rio Grande do Sul apresentam produtividade abaixo do esperado. Os grãos também não estão com a qualidade ideal. Com isso, os agricultores enfrentam dificuldades para negociar a produção. A saca de trigo de 60 kg está cotada a R$ 30. No ano passado, R$ 36.
Os últimos dias também têm sido de preocupação para quem planta arroz no Rio Grande do Sul. É que para semear os grãos são necessários dias de tempo seco e a chuva não vem dando trégua ao estado.
- Nós estamos atrasados em relação as médias anteriores. Então isso certamente se a gente atrasar mais ainda mais durante o mês de outubro pelas chuvas que estão previstas nós vamos ter menos produtividade, com certeza – fala o coordenador regional IRGA – Fronteira Oeste, Ivo Melo.
O agricultor Walter Arns, que cultiva arroz em Uruguaiana, na fronteira com a Argentina, começou o trabalho há um mês. Mas com o excesso de chuva, pouco mais da metade dos dois mil hectares previstos para este ano já foram semeados.
- Para se obter o máximo de produtividade, extrair o potencial que a planta nos oferece tem que ser plantado nessa época. -
Ainda de acordo com o IRGA, o Instituto Riograndense do Arroz, até agora 26% da área prevista foi plantada. No ano passado, nessa época, já chegava a 55%.
Fonte: Globo Rural