Segundo os analistas, este ano o Paraná tem uma redução de oferta, mas a safra tem um trigo de boa qualidade. De acordo com Rita de Baco, no Paraná a colheita já está entre 40 e 45%, tendo em torno de 25% já comercializado e uma redução na produtividade entre 18 e 20%, porém o trigo se destaca pela oferta de trigo de boa qualidade. Enquanto o Rio Grande do Sul deve surpreender com uma produção acima do esperado.
Já no Rio Grande do Sul os produtores ainda estão iniciando os trabalhos de colheita e também mantém a estimativa do estado de produzir acima do esperado.
“A gente tem uma previsão de colheita para início de outubro de 15% da safra, já na segunda quinzena a gente tem de 35 a 38% e pra novembro, entra pros 45 50% e enche novembro de trigo”, comenta Rita de Baco.
Marcelo explica que a redução do Paraná aconteceu devido aos problemas climáticos que os produtores da região enfrentaram.
“Até agora não se conseguia dimensionar, se calcula que foram 400 mil toneladas nessas geadas. Depois sucessivamente o período seco foi se alongando. Então esse trigo que eventualmente não foi atingido pela geada, ele se desenvolveu no ambiente seco”, afirma.
Ele explica ainda que o trigo não foi lavado pela chuva, não se desenvolveu como poderia em termos de produtividade, mas que a qualidade ficou acima das expectativas.
A previsão inicial falava em uma colheita com mais de 3 milhões de toneladas, mas segundo o especialista hoje os números ficam em torno de 2400 toneladas.
“A realidade da máquina no campo ainda pode nos trazer números surpreendentes”, afirma.
Já no Rio Grande do Sul, também por problemas climáticos houve um atraso de cerca de 20 dias para início do plantio, mas segundo o especialista a cultura se desenvolveu muito bem o que garantiu a alta qualidade dos grãos.
“Do jeito que está, olhando que horizonte seja todo linear, mantendo a realidade, a gente tem a chance na minha opinião, sendo conservador, de colher 2400t de trigo”, afirma.
O especialista afirma que a produção nos dois estados ainda não é suficiente para atender a demanda nacional.
“Como são ofertas muito no extremo brasileiro de produção e geográfica essa dinâmica de distribuição dessa safra é um pouco ainda prejudicada pela cabotagem, mas isso já está sendo debatido no governo pra haver algum tipo de mudança”, comenta.
Considerando os olhos do consumidor, o especialista não acredita que a alta qualidade seja um fator importante para que o trigo seja valorizado.
“O mínimo é ter o bom. O que eu percebo é que o Paraná percebeu esse risco de perder oferta de trigo, eles precisavam garantir o abastecimento, lançaram mão de contratos futuros no Rio Grande do Sul. Até a indústria gaúcha fez menos contratos, chegando a ser menos que o ano passado”, explica.
Ele acredita que os primeiros 15% de milho a serem colhidos já estão negociados.
“O cliente que eventualmente ficou desabastecido, não quis participar do futuro, não quis entrar nesse mercado, ele vai entrar para pegar o disponível. Vai pagar o que se pagava historicamente nesse futuro”, afirma.
A orientação do analista ao produtor é estar atento para não perder as boas oportunidades.
“Que ele não perca o momento de ter o trigo disponível e a demanda na mão. Porque primeiro de novembro até primeiro de janeiro de 2020, a gente pode ter a influência da entrada da safra Argentina”, orienta.
Ele explica ainda que devido as circustâncias cambiais e políticas da Argentina, é possível que a entrada de trigo do país vizinho, assim como a influência nos preços, seja menor esse ano.
“Nós vemos que a Argentina vendeu até agora 2,5 de t enquanto ano passado já tinha 5m compremetido”, afirma.
Fonte: Notícias Agrícolas