O consumo de café em cápsulas no Brasil é uma tendência que veio para ficar e se consolidar nos lares e também fora deles, tanto em cafeterias como em bares, restaurantes, escritórios e demais ambientes de trabalho. Tanto é assim que pesquisa recente realizada no nosso País patrocinada pela Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC constatou que o mercado de café em cápsulas deverá registrar um crescimento superior a 100 % no período de 2014 a 2019.
A ABIC congrega atualmente 450 empresas torrefadoras que respondem por mais de 80% do consumo de café no mercado interno. Especificamente em relação ao mercado de cafés em cápsulas, segundo a Associação, em 2014 eram apenas 8 torrefadoras atuando nesse segmento e hoje são mais de 90, com tendência de crescimento nos próximos anos. Praticidade no preparo, conveniência e alta qualidade das bebidas ofertadas em cápsulas explicam grande parte do sucesso dessa moderna tecnologia de consumo de café, além, óbvio, do seu alto valor agregado para as indústrias.
Nesse sentido, a ABIC, atenta ao crescimento exponencial que esse novo segmento de consumo de café vem tendo no País e, para assegurar cada vez mais a qualidade da bebida do produtor ao consumidor, desenvolveu um programa de certificação dessas monodoses com o emprego de uma metodologia própria e específica para a avaliação da qualidade dos cafés em cápsulas.
Para Nathan Herszkowicz, Diretor-Executivo da ABIC, "o desenvolvimento desse segmento de cápsulas poderá gerar boas oportunidades de negócios a inúmeras empresas de todos os portes. Entretanto, é preciso auxiliar e apoiar o industrial no conhecimento dos atributos positivos do café em cápsula, a fim de que ele ofereça aos consumidores a certeza da qualidade do produto. Exatamente por isso, a entidade, que já conta com outros Programas de Certificação para Pureza e Qualidade do Café Torrado e Moído, também desenvolveu agora a certificação de cafés em cápsulas", conclui.
Esclarece ainda o dirigente da ABIC que a metodologia para avaliação das características da bebida de café em cápsulas foi desenvolvida nos últimos doze meses em trabalho conjunto do Grupo de Avaliação do Café – GAC, do Sindicato das Indústrias de Café de São Paulo – Sindicafesp, Instituto de Tecnologia de Alimentos – ITAL e Laboratório Carvalhaes, todos também de São Paulo, que são laboratórios credenciados pela ABIC para análise de café, com apoio do Instituto Totum, responsável pelo gerenciamento do programa. O objetivo principal é oferecer ao industrial uma avaliação global do seu produto, como as características da crema (cor, brilho, persistência, consistência), os atributos da bebida, como amargor, adstringência, corpo e sabor, e a intensidade da bebida, que é o grau de persistência do aftertaste (retrogosto), avaliado em uma escala de 0 a 10, além de características físicas, como peso do café, ponto de torra, granulometria e espessura da crema, entre outros atributos.
Assim, a avaliação das cápsulas se baseia no uso da análise sensorial do café, que é amplamente difundida em todo o mundo atualmente. No Brasil, o Programa de Qualidade do Café – PQC, da ABIC, que conta hoje com 586 produtos certificados nas categorias Tradicional (301), Superior (129) e Gourmet (156), já utilizou método similar em mais de 4.000 laudos de cafés torrados/moídos para filtrados e/ou expressos. No momento, essa experiência será utilizada para avaliar os cafés em cápsulas das diversas marcas e sistemas de produção existentes no país. Para participar desse programa, à semelhança dos demais empreendidos pela Associação, os interessados devem aderir voluntariamente e, nesse caso, após a avaliação do produto, serão autorizados a utilizarem o Selo de Certificação ABIC para Café em Cápsula.
A ABIC é uma das instituições integrantes do Conselho Deliberativo da Política do Café – CDPC, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa. Conselho que congrega representantes da iniciativa privada e do governo. Pela iniciativa privada fazem parte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA; Conselho Nacional do Café – CNC; Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC; Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel – ABICS; e Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – CeCafé; e pelo governo: Mapa, Ministério da Fazenda – MF, Ministério das Relações Exteriores – MRE, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC e Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG. Compete ao CDPC, entre outras atribuições legais, aprovar os projetos de pesquisa do Consórcio Pesquisa Café e os financiamentos do setor, além dos recursos aplicados na pesquisa pelo Fundo de Defesa da Economia Cafeeira – Funcafé.
Fonte: Embrapa
Fonte: Canal do Produtor