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Após recuperação em março, mercado do leite fica estável em abril

O mercado de lácteos apresentou
recuperação em março, com os principais produtos do mix de comercialização
registrando valorização significativa. Com isso, valor de referência do leite –
usado como parâmetros nas negociações entre produtores e indústria – teve alta
de 3,52%, fechando março em R$ 1,6247. Já nas três primeiras semanas de abril,
o setor entrou em estabilidade, com projeção de que o mercado chegue ao fim do
mês com alta de 1,12% em relação a março. Os dados foram apresentados em
reunião do Conselho Paritário Produtores/Indústria de Leite do Paraná
(Conseleite-PR), realizada nesta terça-feira (27), por videoconferência.

Em março, a alta foi generalizada. O
leite UHT, por exemplo, teve valorização de 7,25% e o spot, de 9,68%. Nos
queijos, o muçarela – principal produto do mix de comercialização – veio em
alta de 1,53%, enquanto prato, parmesão e provolone também ganharam preço:
2,38% 2,51% e 0,82%, respectivamente. Outros derivados, como bebida láctea,
iogurte e doce de leite também registraram movimento de alta. A exceção foi o
leite em pó, cujos preços recuaram.

Na parcial de abril – principalmente
ao longo da última semana –, o movimento perdeu força e o mercado lácteo entrou
em tendência de estabilidade. Um exemplo disso são os preços do leite pasteurizado,
que avançaram 0,70%. O muçarela foi a exceção positiva, que manteve uma nova
alta. O UHT, por sua vez, perdeu parte da valorização, em razão de as
indústrias terem aumentado a produção deste derivado em abril.

“O mercado se recuperou em março, mas
agora, em abril, está andando de lado. A tendência é de estabilidade”, resumiu
a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Vânia Guimarães, uma das
responsáveis pelo levantamento.

Conjuntura
internacional

Além do cenário do leite no mercado
interno paranaense, o Conseleite-PR trouxe informações sobre a conjuntura
internacional. Enquanto commodities agrícolas, como soja e milho, acumulam
altas acentuadas desde maio do ano passado, o setor lácteo teve variação bem
menor e chegou a sofrer quedas nos dois primeiros meses de 2021. Na prática,
isso significa que os custos de produção estão bastante elevados, o que vem
comprometendo a renda do produtor.

“O leite vai na contramão do que
acontece com as commoidites. É algo impressionante e que vem sendo agravado
pelos recentes problemas climáticos ocorridos no Brasil e nos Estados Unidos,
que provocou quebra de safra”, observou o professor José Roberto Canziani,
também da UFPR.

Presidente do Conseleite-PR, Ronei
Volpi, acrescentou que essa dinâmica preocupa o setor produtivo e que, em razão
disso, os produtores devem ficar de olho no desenrolar deste cenário. “Isso
incomoda o setor não é de hoje. É historicamente. Embora os preços nominais
tenham aumentado, os custos de produção aumentaram ainda mais. É uma realidade
que o setor tem que enfrentar com transparência, diálogo e união”, disse Volpi,
que representa o Sistema FAEP/SENAR-PR no colegiado.

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Fonte: Sistema FAEP



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