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Após pedido da FAEP, governo e deputados garantem Tarifa Rural Noturna para 2021 e 2022

A mobilização realizada pela FAEP e por outras entidades do setor produtivo (Fiep, Ocepar, Sindiavipar, Sindicarnes e Sindileite) deu resultado: o governo do Paraná e deputados estaduais se sensibilizaram à demanda dos produtores rurais e mantiveram o programa Tarifa Rural Noturna (TRN). Após idas e vindas no legislativo, o substitutivo geral do deputado Hussein Bakri foi aprovado no plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), no dia 15 de dezembro. Além disso, um acordo entre o Executivo e Legislativo garantiu recursos para subsidiar o TRN pelos próximos dois anos.

O TRN beneficia milhares
agropecuaristas com um desconto de 60% na conta da energia elétrica consumida
entre 21h30 e 6 horas. Pelo texto aprovado, o desconto fica limitado a 6 mil
kWh/mês por produtor ou estabelecimento rural. Se o consumo ficar acima deste
patamar, o desconto não será aplicado sobre o excedente.

“Essa é uma conquista do produtor rural do Paraná, que precisa desse subsídio para continuar gerando riqueza para o Estado. Faço questão de agradecer ao governador, aos secretários envolvidos, às deputadas da Assembleia e, principalmente, aos nossos sindicatos rurais, que trabalharam para mostrar a importância da Tarifa Rural Noturna”, disse o presidente da FAEP, Ágide Meneguette.

As ações da FAEP pela manutenção do Tarifa Rural Noturna começaram em outubro, quando o governo enviou à Assembleia Legislativa a lei orçamentária de 2021, sem prever recursos para subsidiar o programa – o que colocava o TRN em risco. A Federação, então, preparou um estudo técnico que demonstrava o impacto que o fim do benefício causaria para o setor agropecuário paranaense, chegando a inviabilizar atividades como a avicultura, que representa 63% do Valor Bruto de Produção (VBP) da pecuária do Paraná, gerando R$ 21,9 bilhões por ano.

Apesar disso, o governo do Estado enviou,
em 24 de novembro, um projeto de lei que instituía o Programa Paraná Energia
Rural Renovável. Em um de seus artigos, a proposta previa o fim do Tarifa Rural
Noturna. Em reação, a FAEP e as outras cinco entidades enviaram ao Executivo um
ofício em que afirmavam que o governo estava “cometendo um grave equívoco” e
pediam a retirada do projeto que ameaçava o TRN.

“O trabalho dos produtores rurais
permite a possibilidade de crescimento do Paraná. E benefícios como a Tarifa
Rural Noturna permitem que o Estado seja referência nacional e mundial na
produção de carnes, com competitividade. Por isso, o trabalho pela manutenção
do subsídio”, destacou Márcio Nunes, secretário estadual de Desenvolvimento
Sustentável e Turismo.

Desde o início da tramitação do
projeto, vários parlamentares se manifestaram pela continuidade do Tarifa Rural
Noturna. Um deles é o deputado Luiz Claudio Romanelli, que destacou a
importância do subsídio para o setor agropecuário. “Sabemos da importância
desse benefício para os produtores rurais paranaenses. Por isso, construímos um
consenso, uma proposta para que o benefício seja mantido até 2022. E,
futuramente, o governo estadual quer estimular a instalação de unidades de
geração de energia, com financiamento baixo, nas propriedades rurais”, disse.

Impacto do TRN

Criado pela Lei 19.812, de 2019, o TRN
é um programa estadual, que, segundo dados da Companhia Paranaense de Energia
(Copel) beneficia 12 mil produtores, mas que pode chegar a 77,5 mil
propriedades rurais ou estabelecimento agropecuários. Um estudo do DTE da FAEP
estima que, considerando a média de 2,3 funcionários por propriedade e que as
famílias rurais são compostas por, em média, seis pessoas, o TRN tem potencial
de beneficiar mais de 1 milhão de pessoas.

O fim da TRN pode inviabilizar
negócios, trazendo impactos diretos e afetar algumas das atividades que mais
geram riquezas ao Paraná. Juntas, as cadeias afetadas pelo eventual fim do
Tarifa Rural Noturna responderam por mais de 20% das exportações do agronegócio
paranaense em 2019, o que corresponde a US$ 3 bilhões. Na avaliação da FAEP, o
fim do desconto representará diminuição da competitividade dos produtos
agropecuários.

Programa
Paraná Energia Rural Renovável

Além de garantir a continuidade do TRN, o projeto de lei 657/20 aprovado institui o Programa Paraná Energia Rural Renovável, que visa a estimular a geração e distribuição de energias, como a solar, o biogás e o biometano, em propriedades rurais. Para tornar a iniciativa acessível, o governo prevê que o programa disponibilize linhas de financiamento com taxas especiais e oferte incentivos tributários para a implantação de sistemas de energias limpas. Assim que o produtor rural passar a fazer parte do Paraná Energia Rural Renovável, automaticamente ele deixa de ser beneficiado pelo TRN.

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Fonte: Sistema FAEP



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