Apresentadas nesta terça-feira (3), as propostas da União Europeia (EU) para fechar um acordo comercial com o Mercosul não agradaram a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Entre elas, a possível redução de cotas para exportação de etanol, carne bovina e açúcar, além de tarifas acima do esperado preocupam entidades ligadas ao setor da agricultura.
Segundo o presidente da FPA, deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), o Brasil chega a pagar tarifas acima de 75% para alguns desses produtos, o que impede o acesso ao mercado europeu.
– A pressão do setor é fundamental para reduzir os picos, escaladas e barreiras tarifárias existentes no comércio bilateral, bem como a incerteza regulatória e problemas de padrões sanitários e fitossanitários que impedem o Brasil de avançar na sua produção e exportação com os europeus – destaca o presidente da FPA.
Na opinião do deputado, se as tarifas não forem zeradas, o Brasil corre o risco de ficar fora do circuito de exportação para a UE, que hoje é o segundo maior mercado de exportações agropecuárias do Brasil, atingindo US$ 16,7 bilhões em 2016 – quase 20% do total exportado.
- É uma conta lógica. Se houver a redução da oferta agrícola e aumento ou até mesmo a manutenção das tarifas, os nossos produtores não vão conseguir acompanhar o ritmo de exportações – afirma Nilson Leitão.
Acordo Mercosul-União Europeia: sem sair do papel
Esta não é a primeira vez em que Mercosul e União Europeia tentam um acordo bilateral entre os blocos econômicos. As negociações já se estendem há 17 anos, mas a falta de consenso de ambos os lados vem impedindo a conclusão do acordo. O objetivo é que até dezembro deste ano um entendimento seja selado, e a nova oferta agrícola da União Europeia será determinante para a conclusão do acordo.
Fonte: Gazeta do Povo