A metade das espécies das árvores da Amazônia, um das florestas com mais diversidade do planeta, podem estar ameaçadas pelo desmatamento, segundo um estudo divulgado neste sábado na Austrália.
- Ou paramos e protegemos estes parques e reservas indígenas em estado crítico ou o desmatamento os destruirá até que vejamos extinções em grande escala – advertiu William Laurance, um dos coautores do estudo, em comunicado da Universidade James Cook da Austrália.
Laurance fez parte da equipe internacional de cientistas de 21 países liderado por Hans ter Steege do Centro de Biodiversidade Naturalis, na Holanda, e Nigel Pitman do Museu Field Museum, nos Estados Unidos.
No estudo se compararam os dados das pesquisas realizadas na Amazônia com mapas atuais e das projeções sobre seu desmatamento para calcular quantas espécies foram perdidas e onde.
Laurance disse que o estudo, publicado na revista científica “Science Advances”, sugere que ainda se podem salvar as espécies de árvores ameaçados na Amazônia se forem administradas adequadamente os parques e reservas existentes.
As áreas e territórios indígenas cobrem a metade da área amazônica e é muito provável que contenham uma grande quantidade das espécies de árvores mais ameaçadas, segundo o comunicado.
Apesar dos esforços dos países amazônicos para expandir os parques e reforçar os direitos sobre a terra dos indígenas, as reservas e florestas dessa região ainda enfrentam os perigos da construção de represas e das secas intensificadas pela mudança climática, alertaram os cientistas.
As florestas amazônicas perderam 12% de sua extensão e se projeta que perderá entre 9% a 28% adicionais para o ano de 2050.
Fonte: Globo Rural