O aumento expressivo do preço do fruto pode ser atribuído às baixas temperaturas em algumas regiões produtoras no período de formação dos frutos da segunda parte da safra de inverno.
Os preços das principais hortaliças tiveram alta em outubro no atacado, com exceção da cenoura. Os destaques foram o aumento do preço do tomate, cuja ponderação no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é elevada, e a cebola, que apresentou reversão de queda no mês anterior. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou nesta terça-feira (20/11), o 11º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) do País.
Segundo a Conab, a alta do tomate foi generalizada nas Centrais de Abastecimento “e com porcentuais significativos”.
A maior elevação ocorreu em Vitória/ES de 144,59%, em seguida, apareceu o mercado de Goiânia/GO (126,81%) e de Belo Horizonte/MG (104,59%).
A Conab explica no boletim que o aumento expressivo de preços do tomate pode ser atribuído a vários fatores, dentre eles, às baixas temperaturas em algumas regiões produtoras, no período de formação dos frutos da segunda parte da safra de inverno. O clima adverso fez com que atrasasse a maturação dos frutos, segundo o Cepea/Esalq.
“As fortes chuvas também comprometeram as plantas e os frutos, ao ponto de parte da produção ter sido descartada, o que provocou uma queda na oferta”, acrescenta a Conab.
Para a cebola, os preços em outubro apresentaram alta em quase todos os mercados analisados. As exceções ficaram por conta da Ceasa/Goiânia (queda de 8,20%) e da Ceasa/CE – Fortaleza (queda de apenas 0,68%). Nos demais mercados os percentuais de aumento chegaram a atingir 50,62% na Ceagesp – São Paulo. Outros aumentos significativos foram os da Ceasa/PE – Recife (48,57%) e da Ceasa/RJ – Rio de Janeiro (40,50%). De acordo com o boletim, o aumento na cotação da cebola em outubro foi provocado pela diminuição de oferta nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste e com perspectivas da concentração da produção na região Sul. Nos últimos meses do ano a safra sulista chega ao mercado. A oferta do Sul prossegue até maio/junho do próximo ano.
Os preços da batata também subiram em quase todos os mercados, como em setembro. Os porcentuais de aumento foram de 2,50% em Belo Horizonte/MG até 36,29% no Rio de Janeiro/RJ. Goiânia/GO foi o único mercado a apresentar queda, de 8,20%. No entanto, neste mesmo mercado os preços em setembro tinham subido 18,06%, salienta a Conab.
O comportamento das cotações da alface, de modo inverso ao mês de setembro, foi predominantemente de alta. Estes tiveram alta em cinco dos sete mercados analisados. As exceções ficaram por conta dos mercados do Rio de Janeiro/RJ (queda de 4,71%) e em Fortaleza/CE (baixa de 6,10%). Nos demais, as altas das cotações foram de até 13,24% no entreposto de Goiânia/GO.
Para a cenoura, a quedas de preço ocorreu em seis dos sete mercados considerados na análise. Estas tiveram porcentual de 10,64% na Ceasa/GO – Goiânia, de 7,67%, na CEAGESP – São Paulo, de 6,43% na Ceasa/ES – Vitória, de 3,92% na Ceasaminas – Belo Horizonte e de 3,70% na Ceasa/CE – Fortaleza. A queda de preço na Ceasa/RJ a queda foi da ordem de 1%. Apenas na Ceasa/PE – Recife a cotação da cenoura apresentou alta em outubro, de 9,09%.
A Conab salienta que essas cinco hortaliças (tomate, cenoura, batata, cebola e alface) são as com maior representatividade na comercialização nas Ceasas e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).
Frutas
No segmento de frutas, o estudo também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).
Em outubro, segundo a Conab, houve queda de preço da banana nas praças do Nordeste e altas no Sudeste. A oferta mostrou alta generalizada, com pequeno aumento da disponibilidade de nanica e enfraquecimento de demanda.
“A banana prata teve aumento da oferta no sul de Minas e problemas no norte do mesmo Estado por causa de falta de chuvas, valorização do dólar e o consequente aumento do frete e do custo dos insumos”, informa a Conab.
A maçã teve pequenas elevações de preços nos principais entrepostos do Sudeste e variações pontuais nas outras centrais de comercialização, comenta Conab. A oferta se manteve controlada, à exceção das elevações na Ceasa/PE (34,08%) e Ceasa/GO (58,23%).
“O escoamento de frutas miúdas ajudou a conter aumentos maiores de preços, o que pode se repetir em novembro”, relata a Conab.
A laranja teve oscilações de preços pontuais no conjunto das Ceasas. Conforme a Conab, a oferta subiu bastante nos entrepostos do Sudeste (logisticamente próximos do cinturão citrícola), e caiu no Nordeste e em Goiás. Com floradas volumosas até outubro e perspectivas de boa safra para os anos seguintes, produtores ainda decidem se já negociam com antecedência no mercado spot essa safra ou se esperam um pouco mais.
A melancia teve queda preços em todas as Ceasas, à exceção da estabilidade na Ceasa/RJ. A boa produção foi boa em Uruana (GO), junto com a entrada no mercado da produção baiana e a finalização dos preparativos para a colheita no Sul. A colheita da safra paulista começou em outubro, com maiores carregamentos a partir do dia 15 do mês em Marília e Oscar Bressane.
Já o mamão registrou alta na oferta e queda de preços nas praças do Sudeste (estabilidade na Ceagesp/ETSP). Isso se deveu às temperaturas mais altas que aceleraram o amadurecimento das frutas, junto com a colheita de novas plantações e as volumosas chuvas.
“O mamão formosa marcou consolidação de preços mais altos em relação ao ano passado”, conclui a Conab.
O boletim é elaborado mensalmente pelo Prohort da Conab, a partir de informações fornecidas espontaneamente por grandes mercados atacadistas do País. Para esta edição, foram considerados os entrepostos dos Estados de SP, MG, RJ, ES, CE, PE, GO e DF.
Fonte: Globo Rural